O que as crianças consomem e praticam podem influenciá-las em diferentes sentidos a curto e longo prazo. Nessa fase, é comum os pais investirem em animações para ajudar no desenvolvimento dos filhos. Entre as inúmeras opções, os conteúdos da Disney costumam ter maior destaque, principalmente quando se trata de princesas. Para entender como esses títulos afetam a infância, uma pesquisadora se dedicou no assunto e os resultados foram surpreendentes. As informações são do “Yahoo Life”.

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Em 2016, a pesquisadora Sarah Coyne publicou um estudo afirmando que a cultura das princesas da Disney era prejudicial para as meninas devido aos estereótipos sexistas e imagem corporal de autocrítica. Recentemente, ela anunciou outras descobertas sobre o assunto, desta vez, com resultados positivos.

O novo estudo, divulgado em julho deste ano na revista “Child Development”, acompanhou 307 crianças (e seus pais) — 50% meninos e 50% meninas, sendo 87% brancas — de Utah, nos Estados Unidos, por um período de cinco anos. Com base nas observações, a autora concluiu que crianças que apreciavam a cultura das princesas quando tinham 4 ou 5 anos, mais tarde, aos 10 ou 11 anos, tendiam a ter mais visão de igualdade de gênero e menos masculinidade tóxica.

“Como psicóloga do desenvolvimento, estou interessada em ver as coisas ao longo do tempo. A cultura das princesas tem algumas coisas realmente profundas e bonitas sobre a feminilidade e os relacionamentos. Se pudermos compreender isso, pode ser uma cura da masculinidade tóxica que vemos retratada na mídia; essa é a grande descoberta”, disse Sarah em um comunicado à Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos.

Gerações de princesas impactam de formas diferentes

A pesquisadora dividiu a gerações das princesas em três ondas — primeira: de Branca de Neve – 1937 a Bela Adormecida – 1959; segunda: de Pequena Sereia – 1989 a Mulan – 1998; e terceira: de Princesa e o Sapo – 2009 a Moana – 2016. De acordo com ela, a última e mais recente geração é a mais assistida pelos participantes do estudo, o que explica os resultados positivos.

As recentes representações mostram mulheres poderosas, mais independentes, autoconfiantes e menos submissas. Enquanto os principais personagens masculinos são mais sutis. “Acredito que estamos gradualmente mostrando que existem muitas maneiras de ser menino”, explica. De modo geral, todas as características impactam em meninas e meninos que consomem a história.

O papel dos pais

Os pais são essenciais para o desenvolvimento dos filhos. Portanto, acompanhá-los e aproveitar a história para discutir sobre os aspectos apresentados, como o comportamento dos personagens, é ainda mais importante para a construção dos pensamentos e comportamentos da criança.

“Concentre-se na humanidade por trás de cada princesa, não apenas em sua aparência. Personagens como Moana são cheias de profundidade, paixão e bondade. A história não é sobre a aparência dela, é sobre seguir seus sonhos e descobrir quem você é. Os pais podem aproveitar essas qualidades interpessoais e ajudar os filhos a crescer. Podemos mostrar a eles que as princesas oferecem uma grande profundidade além da aparência”, finaliza Sarah Coyne.