O vulcão Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias, litoral da África, tem apresentado aumento significativo nos movimentos sísmicos indicativos de uma possível erupção desde o último sábado (11). Segundo cientistas brasileiros, apesar de remoto, o risco é real e digno de atenção porque a erupção poderia gerar um tsunami capaz de atingir a costa e o Nordeste do Brasil.

Dos quatro níveis de alerta, o risco está no nível 2. Procurado pela IstoÉ, o oceanógrafo Carlos Teixeira, professor da Universidade do Ceará (UFC), explicou que a preparação para um tsunami precisa ser feita com bastante antecedência para dar tempo de evacuar toda a população. “É alarmismo falar que vai acontecer amanhã, mas não é alarmismo a possibilidade da ocorrência. Um plano não fica pronto nem em quatro dias (tempo previsto para ocorrer erupção no nível de alerta 4) e nem em quatro meses”, alerta.

“Se chegar ao nível 3, a gente tem que evacuar  as áreas próximas ao vulcão. No nível 4, a erupção estaria próxima. No momento, não existe risco de tsunami no Brasil, mas é como a pandemia de coronavírus: dez anos atrás, houve um alerta de que aconteceria em algum momento. Não houve preparação e isso nos pegou de surpresa”, explica o cientista. “Nunca houve antes atividade vulcânica que nos alertasse, mas, hoje em dia, tem. Temos que começar a abrir os olhos”, conclui Teixeira.

A notícia sobre o vulcão surgiu após um comunicado da entidade Pevolca (Plano Especial de Proteção Civil e Atenção às Emergências de Risco Vulcânico das Ilhas Canárias) sobre os contínuos tremores, que podem ter uma rápida evolução, ser divulgado, na manhã desta quinta-feira (16). As áreas possivelmente atingidas seriam o Caribe, Golfo do México e Nordeste brasileiro, com ondas que poderiam chegar a cinco metros de altura.