Bienal de Veneza premia arquitetos alemães com Leão de Ouro

VENEZA, 30 AGO (ANSA) – A 17ª edição da Bienal de Arquitetura de Veneza concedeu nesta segunda-feira (30) o Leão de Ouro de melhor participação internacional ao coletivo de Berlim “Raumlaborberlin”.   

O projeto, batizado de “Floating University”, é uma visão de como as construções humanas podem ser perfeitamente interligadas com o habitat de uma infinidade de outros organismos vivos. Situado em “uma bacia hidrográfica constituída de águas superficiais poluídas, urbanas, é um paraíso paradoxal para ações paralelas e comuns, um lugar de surpresas e encontros contínuos”.   

Segundo os arquitetos, a abertura das estruturas tem como objetivo motivar a permeação de ideias e relações entre os diferentes grupos, iniciativas e bairros universitários, e outros habitantes de Berlim.   

O local, Haus der Statistik, é um complexo de escritórios da Alemanha dos anos 1960, agora transformado em um espaço de arte, cultura e programação social e educacional, administrado por uma coalizão de pessoas da sociedade civil.   

“Estamos contentes por ter mostrado que mesmo uma abordagem experimental pode assumir contornos realistas”, comemorou o porta-voz dos arquitetos alemães.   

Já o Leão de Ouro de melhor participação nacional na Bienal de Veneza foi destinado aos Emirados Árabes Unidos por sua contribuição intitulada “Wetland” pela exploração da geografia local para encontrar alternativas ao cimento, um dos principais emissores de dióxido de carbono do mundo.   

De acordo com o júri formado por Kazuyo Sejima (Japão), Sandra Barclay (Peru), Lamia Joreige (Líbano), Lesley Lokko (Gana-Escócia) e Luca Molinari (Itália), os curadores deste pavilhão “propuseram um projeto que nos estimula a pensar na delicada relação entre resíduos e produção em escala global”.   

No experimento, que aborda a crise climática e ambiental, a cristalização do sal aparece como uma alternativa sustentável ao concreto.   

A cerimônia de premiação, transmitida ao vivo na página oficial da Bienal, também concedeu duas menções especiais às participações nacionais da Rússia (“Open!”) e das Filipinas (“Estruturas de Apoio Mútuo”), além do Leão de Prata para o jovem mais promissor da “Foundation for Achieving Seamless Territory” (FAST), um grupo internacional de profissionais “que convida as pessoas a conhecerem as práticas agrícolas e os rituais da vida diária em novos assentamentos.   

Com curadoria de Hashim Sarkis, a Bienal de Arquitetura, que acontece até 21 de novembro de 2021 sob o tema “Como viveremos juntos?”, também concedeu o Leão de Ouro Especial pelo conjunto da obra à ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992), por sua capacidade de “dar atenção à diversidade da arquitetura, transformando espaços e lugares que acompanham os percursos de vida das pessoas”. (ANSA)