Neste domingo (29), é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, com objetivo de reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

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Com ajuda das ações do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, o Brasil tem registrado queda no número de adultos fumantes, que representam 9,8% da população maior de 18 anos, com base em dados do Vigitel 2019, sendo 12,3% homens e 7,7% mulheres. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência do gênero masculino atingiu o pico, enquanto as taxas femininas seguem em alta em diversos países.

O INCA registra que as três principais causas de morte entre as mulheres podem estar relacionadas ao tabagismo: em primeiro lugar, as doenças cardiovasculares (infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico); em segundo, as neoplasias malignas (mama, pulmão e colo de útero) e, em terceiro, as doenças respiratórias.

“As consequências, de modo geral, são as mesmas para ambos os gêneros. No entanto, por questões hormonais, as mulheres podem apresentar maiores incidências de neoplasia de mama, bem como maiores problemas dermatológicos, além de índices elevados de doenças cardiovasculares, principalmente após a menopausa”, esclarece Arthur Feltrin, médico pneumologista e especialista em longevidade saudável.

Entre as consequências para as mulheres, fumar durante a gravidez pode elevar os riscos e causar transtornos também ao feto, pois as substâncias químicas provocam alterações no nível da placenta e da circulação materno-fetal. O pneumologista lista alguns dos principais problemas que podem ser desencadeados: aborto espontâneo, defeito genético, alergias e infecções respiratórias, morte súbita, nascimento prematuro ou com baixo peso, deslocamento da placenta e maior risco de trombose para mãe.

“Alguns recém-nascidos podem sofrer com irritabilidade, bem como sintomas gástricos, neurológicos e visuais. É muito importante não fazer uso de qualquer tipo de cigarro, principalmente durante a gravidez, pois o problema é duplo, afeta a saúde da mãe e do feto”, alerta.

Embora o cigarro seja um dos mais populares, todos os outros tipos de fumo são tão prejudiciais quanto, mesmo “disfarçados” em sabores e aromas diferentes. Arthur Feltrin explica que narguilé, dependendo do tempo de sessão, pode equivaler ao uso de mais de 100 cigarros. “Ele tem como base o tabaco, além da nicotina, tem monóxido de carbono e alcatrão. Já os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) oferecem riscos iguais ou até piores à saúde. As versões com e sem nicotina causam danos gravíssimos aos pulmões e vias aéreas e, em alguns casos, podem ser irreversíveis, pois possuem substâncias cancerígenas e aditivos tóxicos”.

Os charutos também são ameaças à saúde e não devem ser considerados mais seguros que os cigarros, apontam estudos. A nicotina está em todos os derivados do tabaco, portanto, esse tipo de fumo também é capaz de causar dependência, ainda que sua fumaça não seja inalada.

Como deixar o vício

O pneumologista dá quatro dicas para quem deseja abandonar o hábito, que é algo desafiador para os dependentes; confira:

1- Para começar, escolha o dia da sua mudança de estilo de vida e marque na sua agenda digital para celebrar as pequenas conquistas.

2- Identifique em quais situações você fica com mais vontade de fumar e, em seguida, altere pequenos detalhes em sua rotina. Isso confundirá o seu relógio biológico e ajudará no processo.

3- Realize a prática diária de atividades físicas, pois manter o corpo em movimento irá diminuir os sintomas de irritabilidade que a falta do cigarro pode trazer.

4- A nicotina é uma droga altamente viciante e, normalmente, caminhar sozinho nessa fase pode ser ainda mais desafiador. Converse frequentemente com o seu pneumologista, que além de avaliar sua saúde, poderá te ajudar nesse processo. ⠀