Rebeca Andrade, ginasta que conquistou medalhas de ouro e prata na Olimpíada de Tóquio, quer inspirar minorias no Brasil. Em entrevista à revista Vogue, ela disse que pretende motivar outras pessoas a terem sucesso,  assim como ela própria se espelhou em outras referências.

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“Acho que eu não represento só as gerações da ginástica, mas também as minorias que não se veem muito na televisão, nos esportes, e em outros lugares. Acho que a representatividade que eu estou tendo hoje engloba muitos aspectos”, declarou Rebeca.

A ginasta citou artistas que a motivaram a ir mais longe. “Eu vou usar minha voz para falar por essas pessoas constantemente silenciadas. Tudo que eu puder fazer para que continuem acreditando que é possível realizar sonhos, eu vou fazer. Eu me inspirei muito na Beyoncé, na Iza, nas meninas que treinam todos os dias aqui comigo, e eu acho que é muito importante mesmo você ter alguém para se inspirar, alguém que vai te mostrar que é possível”.

Perguntada sobre qual conselho daria para outras meninas que buscam sucesso, ela comentou sobre as críticas.

“Não deem ouvidos às críticas que vão surgir. O que for construtivo você absorve, o que não for joga fora. Muita gente vai dizer que você não vai conseguir chegar, que vai ser difícil, mas você precisa ter fé em você e saber que vai dar certo”, aconselhou Rebeca.

Desde que começou a dar mais entrevistas, Rebeca chamou atenção pela maturidade nas respostas. Ela diz que fazer terapia com uma psicóloga tem sido essencial. Em uma Olimpíada que a saúde mental foi muito debatida, após a crise sofrida pela também ginasta Simone Biles, Rebeca chamou atenção justamente por essa força psicológica.

“Eu acho que é tão importante quanto o treinamento de todos os dias aqui dentro. Mesmo com um corpo bom, a pessoa não funciona se ela tiver uma mente doente, assim como ela não funcionaria se tivesse uma mente boa e um corpo mal preparado. Eu acho que é um conjunto. Eu cheguei na Olimpíada com as pessoas falando sobre a minha serenidade, minha confiança e leveza, mas eu tive que passar por um processo enorme, foi um trabalho de anos mesmo que precisei fazer com a minha psicóloga para chegar nesse nível”, concluiu Rebeca, que ainda pretende cursar uma faculdade de psicologia.