Em uma rara declaração pública, o ministro da Educação, o pastor Milton Ribeiro, defendeu nesta quarta-feira, 11, que, no Brasil, as universidades deveriam ser “para poucos”. A fala do ministro causou indignação instantânea nas redes sociais, mas, no fundo, não representa lá uma grande novidade, mesmo porque essa tem sido a tônica do governo Bolsonaro como um todo. Tudo no atual governo é para poucos.

Sob sua gestão, durante a pandemia a vacina contra a Covid atingiu um número ainda reduzido de pessoas. Não é à toa que ainda o Brasil tem uma das piores taxas de imunização do planeta. Até agora, apenas 22% da população recebeu as duas doses. No Brasil comandado por Bolsonaro, o oxigênio também foi oferecido para poucos. Centenas de pessoas morreram por falta de ar em Manaus durante a pior fase da pandemia no Brasil e mandatário, mesmo avisado sobre a crise, nada fez. Tanto assim que está sendo investigado por essa grave omissão pela CPI do Senado.

E com a economia as coisas também não estão muito diferentes. Em seu governo, os empregos também têm sido para poucos e a miséria cresce a passos largos. Enquanto milhares de brasileiros morrem de fome e de Covid, seus mais diretos assessores preferem dedicar o tempo para a negociação de propinas na compra de vacinas. Por conta de uma gestão autoritária e negacionista, o Brasil já perdeu mais de 565 mil vidas. Afinal, no Brasil governado por Bolsonaro até o direito à vida virou artigo de luxo: muitos poderiam ter sido salvos não fosse sua negligência e o pouco caso com a aquisição de imunizantes.