Bolsonaro premiou nesta semana sua mulher, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e alguns ministros de seu governo com uma medalha pelo reconhecimento aos serviços prestados por cada um em prol de benefícios à saúde dos brasileiros. A pergunta que fica, no entanto, é: que serviços foram esses?

É muito difícil localizar qualquer iniciativa boa em meio a um cemitério com quase 600 mil mortes pela Covid. Aliás, o que se vê é justamente o contrário: medidas de um governo que joga contra a vida dos cidadãos desde o início da pandemia no País.

O Brasil não chegou a essa tragédia por obra do acaso. Foram meses a fio trabalhando arduamente com o objetivo de fazer com que o vírus se espalhasse cada vez mais pelo País, na busca pela tal imunidade de rebanho. Meses a fio criticando o lockdown com o argumento de que tinha que salvar a economia do país. Meses a fio incentivando de forma irresponsável a população a usar remédios que não funcionam contra a doença e ignorando os riscos que o uso desses medicamentos poderiam desencadear à saúde de cada um. E, para piorar, passou esse período todo negociando propina ao comprar vacinas, enquanto milhares de brasileiros morriam nos hospitais.

Os responsáveis pelo caos têm nome e sobrenome – e já estão, inclusive, sendo investigados pela CPI no Senado. O governo tenta, na prática, criar mais uma narrativa. Desta vez, de que fez algo de bom para o Brasil na pandemia. O que Bolsonaro esquece neste cálculo é que os fatos estão jogando contra. Ninguém é investigado por suspeitas de participar de um genocídio à toda. De bom, isso não tem absolutamente nada.