O temor global em torno da disseminação da variante delta do coronavírus, que pode reverter a retomada da economia, manteve os juros em queda durante todo o dia, a despeito da disparada do dólar, que no Brasil voltou ao nível de R$ 5,25. No fim da sessão regular, os longos migraram para a estabilidade.

A percepção é de que os países podem precisar da manutenção dos atuais estímulos monetários por mais tempo, o que se traduziu em forte queda no rendimento dos Treasuries e favoreceu alívio na curva brasileira considerada “superpremiada”.

A avaliação de que o risco é deflacionário foi reforçada ainda pelo tombo de mais de 7% nas cotações do petróleo, num momento em que a pressão sobre os preços de combustíveis é vista como uma das vilãs da inflação local. Nesse contexto, as apostas de alta de 0,75 ponto porcentual da Selic no Copom de agosto voltavam a ser levemente majoritárias na precificação da curva.

Internamente, a despeito das incertezas políticas, o recesso do Congresso ajuda na redução dos ruídos, apesar dos receios quanto à evolução da agenda de reformas em função da possibilidade de veto ao fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões incluído na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Na agenda, o Boletim Focus trouxe estabilidade na mediana de IPCA em 2022, o que é visto como boa notícia, até pelo fato de que a de 2021 subiu 20 pontos-base. A mediana para este ano passou de 6,11% para 6,31%, mas o movimento não contaminou a percepção para o ano que vem, cuja mediana permaneceu em 3,75%.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 5,775%, de 5,809% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 7,269%, para 7,195%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 8,17%, de 8,185%, e a do DI para janeiro de 2027 fechou estável em 8,60%.