Deputada alerta governo da Itália por greve de fome de Battisti

CORIGLIANO ROSSANO, 25 JUN (ANSA) – A deputada do Partido Democrático (PD), Enza Bruno Bossio, visitou nesta sexta-feira (25) o ex-terrorista Cesare Battisti no presídio de Rossano, na Itália, e alertou para o estado de saúde do italiano.   

“Cesare Battisti está fazendo uma greve de fome desde 2 de junho, está mal e mal consegue ficar em pé. As motivações pelas quais faz isso são muito sérias. Ele é um condenado à perpétua e não contesta a condenação por atos que ele mesmo reconheceu que cometeu. Mas, também para esses condenados, a lei italiana permite benefícios, como a possibilidade de ter encontros com familiares, de fazer outras atividades e isso não é permitido para Battisti. É como se existisse, como ele mesmo diz, um ‘regime Battisti'”, disse Bossio após o encontro.   

A deputada fez a visita ao lado do advogado Adriano D’Amico para checar as situações humanitárias da detenção e também fez coro a outra reclamação de Battisti, que foi colocado em uma área junto a condenados por terrorismo.   

“Na Alta Segurança 2, há apenas jihadistas e um italiano só, que também se converteu ao Islã. Não é uma questão de racismo, mas eles têm um outro tipo de agregação, estão juntos e ele [Battisti] está completamente isolado e não está apto a socializar. A única hora de ar livre que tem, faz uma espécie de quadrado um pouco maior da pequeníssima cela onde vive”, acrescentou a parlamentar.   

Bossio ainda acrescentou que vai “continuar lutando” para que Battisti consiga ter acesso ao que pede – transferência de área e a possibilidade de ver familiares e fazer outras atividades – e que está preocupada “que, na relação com Battisti, o Estado esteja vingativo, algo que não pode ser contra ninguém”.   

O italiano foi condenado à prisão perpétua pelo assassinato de quatro pessoas na década de 1970 e está no atual presídio desde 12 de setembro do ano passado. Segundo a defesa, esse isolamento diurno deveria ter durado seis meses assim que ele foi extraditado para a Itália, em janeiro de 2019. Porém, a regra ainda está em vigor. (ANSA).