Coluna: Gabriela Kapim

Nutricionista, Formada pela USU - Rio de Janeiro em 2003, especializada em alimentação infantil. Trabalha com crianças desde 1999, quando, ainda na faculdade, dava aulas de capoeira. Em 2013 estreou como apresentadora no canal GNT dos programas Socorro! Meu Filho Come Mal, Cozinha Colorida da Kapim e, em 2018, o Socorro! Meus Pais Comem Mal. Autora de 2 livros, homônimos dos programas, um deles com mais de 60 receitas para a família toda colocar a mão na massa. Kapim é mãe de dois adolescentes muito legais e que comem superbem, Sofia (15) e Antonio (13). Nesses mais de 20 anos trabalhando com crianças, já ajudou a transformar e melhorar os hábitos alimentares de milhares de famílias, sempre buscando uma conexão saudável entre todas as partes envolvidas: pais, filhos e o alimento.

As dores e as delícias de ser mãe… e madrasta

As dores e as delícias de ser mãe... e madrasta
As dores e as delícias de ser mãe... e madrasta Foto: Pixabay

Eu nunca fui aquela criança ou adolescente que sonhava loucamente em ser mãe, apesar de dizer, desde pequena, que seria mãe de 4. O fato é que a ideia de ser mãe sempre passou por mim com muita leveza e naturalidade.

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Engravidei no mês seguinte ao que parei de tomar pílula, joguei capoeira até uma semana antes de a Sofia nascer, tive um parto normal, daqueles radicais, quase pari no carro (um dia eu conto essa história). Sofia pegou meu peito e saiu mamando logo no primeiro instante. Tudo não só parecia, como estava realmente sendo muito tranquilo.

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Fomos pra casa menos de 24h depois do parto, e quando entrei em casa fiz um tour com ela mostrando e explicando cada cantinho. A sala onde recebemos os amigos, o banheiro onde ela iria tomar banhos deliciosos, a cozinha, onde se faz a comidinha, que logo logo ela iria começar a comer, e finalmente o quartinho dela, com seu bercinho, onde ela iria dormir a noite toda. Sim, ela dormiu a noite todinha naquele dia e nunca me deu trabalho pra dormir. 

Era incrível como em tão pouco tempo eu me sentia tão à vontade no papel de mãe, nada me assustava. Minha mãe logo nos primeiros dias me disse: “Nossa, filha, você parece mãe de terceiro filho, quanta tranquilidade”.

Amei esse comentário, foi como se ela reforçasse um sentimento que transbordava em mim: era confortável ser mãe, apesar de estar exausta. Até hoje me sinto assim. É claro que tem momentos difíceis, sem dúvida é muito cansativo e com certeza é uma experiência transformadora, mas as descobertas e aprendizados superam todo o desgaste.

Um mês depois de ela completar 2 anos, chegou o Antonio, e a exaustão de ser mãe de 2 pequenos se confirmou logo nos primeiros dias. Com o tempo eles foram crescendo, passamos por momentos bem difíceis: minha separação, meu trabalho intenso, meu acidente em 2018… Hoje posso dizer que mais que filhos eles são meus maiores parceiros de vida.

Trocamos, conversamos, nos cuidamos, nos acolhemos e nos respeitamos mutuamente. Hoje não somos só nós 3, viramos 6. Casei novamente e no pacote vieram mais 2 filhos. Ser madrasta, sim, me assustou e me deixou bastante desconfortável no início, mas aos poucos fomos nos adaptando e nos confortando nesse novo papel. Hoje posso dizer que sou mãe de 4, com todo respeito e admiração à mãe dos meus 2 enteados.  

Neste mês a Sofia completa 16 anos. Vejo como o tempo passou e nossa conexão só aumenta. Olho pra ela com os mesmos olhos de quem quer conhecê-la, de quem espera aprender com ela, um olhar de respeito e cumplicidade. 

Acredito que esse jeito leve e simples de maternidade me deu a oportunidade de conhecer meus filhos de verdade, na essência de cada um, seus sonhos, medos e desejos. Ser mãe sem dúvida nenhuma é uma das coisas que mais amo na vida.

E talvez seja por isso que gosto tanto de ajudar outras mães a encontrar essa leveza na relação com os filhos. Não só estudo e foco meu trabalho nisso como vivencio isso todos os dias na minha casa. É um prazer e uma honra ser mãe dos meus filhos.

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