08/07/2016 - 20:00
A melhor definição sobre o talento do cineasta iraniano Abbas Kiarostami, cuja obra é essencialmente reflexiva, se traduz nas palavras de Jean-Luc Godard: “o cinema começa com D. W. Griffith e termina com Kiarostami” (Griffith dispensa apresentações, mas vale lembrar que é considerado o criador do cinema e assina os inigualáveis “O nascimento de uma nação”, de 1915, e “Intolerância”, de 1916). O cineasta iraniano morreu na semana passada, de câncer, aos 76 anos. O cinema, para ele, era uma “razão em si”, prescindindo da política. Isso explica o fato de ter permanecido no Irã fundamentalista após a revolução de 1979, enquanto outros diretores abandonaram o país.
Dois filmes antológicos
“Close-up” (1990): projetou Kiarostami internacionalmente. Trata-se de uma combinação de recursos ficcionais e documentais
“Gosto de cereja” (1997): aproxima cinema e literatura para mergulhar numa dura reflexão sobre o suicídio. Ganhou a Palma de Ouro