Uma temporada emendada na outra, com somente uma semana as separando. O efeito Covid-19 no Vasco, além dos casos no clube, exige uma preparação específica para os jogadores, que vão disputar a Série B do Campeonato Brasileiro. A segunda divisão têm características próprias, e por isso o Cruz-Maltino vem fazendo, nas primeiras semanas sob o comando de Marcelo Cabo, um trabalho que olha para fora e para dentro do campo ao mesmo tempo.

Para entender o trabalho por trás do campo, o LANCE! conversou com Marcos Cezar, coordenador científico do time de São Januário. Ele faz parte do departamento de saúde e performance do futebol vascaíno. O fisiologista Gustavo Henriques, a psicóloga Maíra Ruas e o nutricionista Paulo Cavalcanti são outros que integram o grupo. Um trabalho coletivo e silencioso, que visa preparar cada um dos jogadores para os momentos-chave do ano.

– Entre as séries A e B existem algumas diferenças, sim. Talvez a mais significativa é a questão da logística de viagens. A competição possui equipes de praticamente todas as regiões do país, e algumas destas estão um pouco distantes das capitais, o que demanda uma logística envolvendo transporte aéreo e terrestre. Isso, ao longo da competição, gera um desgaste maior dos atletas por conta dos longos deslocamentos. E também é uma competição com uma maior imposição física, que irá exigir muito de todo nosso elenco durante a competição – afirmou Marcos Cezar.

O Vasco chegou a divulgar, nos primeiros atos para esta temporada, que os jogadores seriam observados de maneira individual. Parece óbvio, mas o desgaste físico – e mental – da última temporada, de luta contra o rebaixamento fez com que desde os primeiros dias deste novo ciclo houvesse planejamento especial: quem jogou mais teve mais tempo de descanso, jovens iniciaram o Estadual e os titulares foram poupados em grupos de quatro ou cinco por jogo. A ideia, porém, é que isso seja bastante minimizado no segundo semestre.

– A intenção é que todos os atletas estejam muito bem preparados para a maratona que se iniciou e se estenderá até o final de novembro. Portanto, a ideia é que o Vasco possa contar com sua força máxima na maioria dos jogos. Isso não descarta que, em casos pontuais, algum atleta necessite ser preservado para que mantenha o nível de performance – explicou o coordenador científico.

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O perfil do grupo do Vasco mudou em dois meses. Um time jovem deu lugar a titulares com mais experiência. Mas ainda há revelações surgindo. Laranjeira e MT já tiveram bons momentos, e é Matías Galarza quem exige um cuidado a mais.

– Como nosso tratamento é individualizado, com ele não é diferente. O Galarza emendou uma temporada na outra, subiu da base para o profissional e não teve férias. Neste momento, o cuidado maior é com as cargas acumuladas dele. Ainda estamos na fase de conhecer melhor esse jogador, que até o momento tem nos surpreendido positivamente pela intensidade que consegue sustentar nos treinamentos e jogos. Mas por ainda ser muito jovem, e estar num processo de formação, temos que ter um cuidado maior – finalizou Marcos Cezar.