Quatro estudantes da Universidade de São Paulo (USP) foram detidos na madrugada de ontem (17) ao tentar ocupar o prédio da antiga reitoria da instituição. Eles foram levados para o 91.º DP, mas liberados após prestar esclarecimentos. Nesta sexta-feira à noite, os estudantes faziam mais uma assembleia para decidir se voltariam a tentar ocupar o imóvel.

Na noite de anteontem (16), os alunos e policiais militares entraram em confronto com pedradas e bombas de efeito moral, após a tentativa de ocupação. Em assembleia, cerca de uma hora antes, havia sido deliberado que nenhum prédio seria invadido, mas um grupo de cerca de 50 pessoas tentou entrar no imóvel – um carro da guarda universitária e uma porta tiveram os vidros quebrados. Eles reivindicam que o antigo prédio da reitoria seja transformado em moradia estudantil.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), foi registrado um boletim de ocorrência de dano qualificado e esbulho possessório. O Diretório Central dos Estudantes repudiou a ação da polícia, que considerou “truculenta e desnecessária”. Questionada, a SSP não comentou.

Há mais de um mês os estudantes da universidade estão em greve e ocupam prédios de cursos para reivindicar a adoção de cotas sociais e raciais, política de permanência estudantil e a contratação de professores. Eles também apoiam a greve dos servidores, que reivindicam reajuste salarial de 12,34% e reclamam do que chamam de “precarização” de órgãos como o Hospital Universitário.

Em nota, a reitoria disse lamentar que “grupos reduzidos tentem infligir, pela força, prejuízos aos alunos e servidores da universidade e, em última instância, a toda a sociedade, que destina recursos à USP na expectativa de que todos se empenhem pelo melhor desempenho possível das atividades de ensino, pesquisa e extensão.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.