O ministro das Relações Exteriores, José Serra, negou que o Brasil seja “campeão em protecionismo” no cenário mundial. Em palestra proferida no encerramento do 16º Seminário sobre Comércio Internacional, promovido pelo Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência, Consumo e Comércio Internacional (Ibrac), ele afirmou que os estudos que apontam isso não contabilizam os subsídios agrícolas concedidos pela União Europeia e as barreiras instituídas pelos Estados Unidos.

O chanceler ressaltou que Brasil precisa dar mais atenção ao princípio da reciprocidade e ser mais firme e insistente nas negociações internacionais. Serra reiterou que não acabará com o Mercosul, mas trabalhará por uma flexibilização para que os países-membros firmem acordos bilaterais fora do bloco. “Não vejo barreiras nisso. E não podemos usar Mercosul como instrumento de preguiça para não fechar acordos”, disse, informando que o primeiro ponto discutido com os argentinos em sua visita ao país foi o avanço na zona de livre comércio do bloco, e não sua flexibilização.

Sobre a Venezuela, Serra lamentou o que está ocorrendo no momento no país, mas disse que usará todos os mecanismos de pressão para pedir a libertação de presos políticos. “Venezuela, para o Brasil, sempre foi um bom mercado e é muito ruim o que está acontecendo lá. Temos que usar os mecanismos de pressão para soltar os presos políticos e prestar solidariedade aos oprimidos”, declarou.