A lenda do pop Prince morreu por uma overdose de fentanil, disse nesta quinta-feira o instituto forense após realizar a necropsia, confirmando a hipótese que já era usada para explicar o súbito falecimento do cantor americano.

A morte da estrela de 57 anos foi um “acidente” causado pela auto-medicação de fentanil, um poderoso opiáceo usado para aliviar dores, assinalou um comunicado do instituto forense de Minnesota, estado natal de Prince no norte dos Estados Unidos.

O instituto forense deu poucos detalhes, pois a polícia do condado de Carver, Minnesota, segue investigando.

Entre os detalhes apresentados pelos médicos legistas, indica-se que o músico media 1,60 metros e pesava apenas 51 kg.

O fentanil, um opiáceo sintético, é de 50 a 100 vezes mais poderoso que a morfina e é prescrita para tratar pacientes com dores crônicas. Só é possível consegui-lo com receita médica.

Prince foi encontrado morto em 21 de abril em sua propriedade em Paisley Park, fora de Minneapolis.

Howard Kornfeld, médico da Califórnia que trata de vícios em analgésicos, preparava urgentemente um tratamento para Prince, quando o autor de “Purple Rain” morreu com 57 anos, segundo o advogado do especialista no mês passado.

O filho de Kornfeld, Andrew, havia viajado a Paisley Park para explicar o tratamento ao músico, quando o achou morto e ligou para a emergência.

Prince parecia saudável e era famoso por suas maratonas de apresentações, nas quais podia tocar durante horas ou fazer dois shows em uma noite.

Porém, Prince teve que ser submetido a uma cirurgia de quadril em 2010 e era muito zeloso com sua vida pessoal para manter sua privacidade.

Dores permanentes

As razões que levaram Prince a começar a tomar analgésicos ainda não estão claras, mas são objeto de inúmeros rumores.

A cantora e baterista Sheila E., amiga de Prince, que foi sua mentora, explicou à emissora CBS que o acúmulo de shows afetou fisicamente o artista.

“A dor era constante, mas ele era profissional” disse, recordando que Prince habitualmente pulava das partes altas do palco, ainda que usasse sapatos de salto.

Segundo diversos meios de comunicação, o extravagante músico seguia afetado por dores no quadril.

Seis dias antes de sua morte, Prince foi internado em um hospital por conta de um mal-estar, após fazer uma aterrissagem de emergência em seu avião privado em Illinois.

Os opiáceos, analgésicos derivados do ópio, tomados sem prescrição médica, são responsáveis por uma onda de overdose que afeta os Estados Unidos há anos.

Em 2014, 14.000 pessoas morreram por overdose desses medicamentos, segundo os Centros de Controle de Enfermidades (CDC).

Um mês e meio depois da morte de Prince, seu álbum “Purple Rain” se mantém na 12ª posição de vendas nos Estados Unidos, segundo a Billboard.

Em meados de maio, 19 álbuns do artista se encontravam entre os 200 mais vendidos nos EUA, sendo um recorde.

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