As exportações de petróleo da Líbia serão retomadas em um terminal que foi palco de uma disputa entre os grupos que buscam controlar o setor, o que dá uma nova esperança para a produção da commodity no país. A estatal National Oil divulgou comunicado nesta sexta-feira para informar que uma carga de 660 mil barris partiu do porto de Marsa al-Hariga, controlado por grupos no leste líbio.

Os grupos rivais haviam fechado o porto 17 dias antes, em retaliação contra os esforços sucessivos da Organização das Nações Unidas e do governo de unidade reconhecido internacionalmente em Trípoli para bloquear as tentativas de exportação de seu próprio petróleo.

A Líbia tornou-se um país dividido, em um cenário caótico que começou com a queda em 2011 do ditador Muamar Kadafi. O esforço de paz comandado pela Organização das Nações Unidas resultou em um governo de união instalado em Trípoli, mas o leste do país não reconhece essa administração e tentava em vez disso desenvolver suas próprias fontes de receita e exportar o próprio petróleo.

Pela legislação do país, o petróleo da Líbia precisa ser enviado por meio da estatal National Oil, sediada em Trípoli.

O bloqueio no terminal se somou a problemas no Canadá e na Nigéria que levaram os preços para perto de US$ 50 o barril, na máxima em sete meses. As notícias também pressionaram mais a produção de petróleo da Líbia, que recuou para menos de um quarto de sua capacidade de 1,5 milhão de barris por dia.

A retomada das exportações ocorre após a National Oil e a nova companhia de petróleo do leste do país chegarem a um acordo para encerrar o bloqueio. Os dois lados assinaram um memorando de entendimento para que os grupos no leste e o conselho presidencial cheguem a um acordo para unificar o setor de petróleo. Fonte: Dow Jones Newswires.