A OCDE se somou nesta terça-feira às organizações internacionais que alertaram os britânicos de que serão mais pobres se deixarem a União Europeia, no dia em que foi anunciado um freio no crescimento.

A economia britânica cresceu 0,4% no primeiro trimestre de 2016, dois décimos a menos que no último período de 2015, anunciou o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS) a dois meses do referendo de 23 de junho no qual os britânicos decidirão se permanecem ou abandonam a UE.

O secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos, Ángel Gurría, visita Londres nesta quarta-feira para apresentar um relatório sobre as consequências de uma saída da UE.

“Em certos aspectos, a saída operará como um imposto sobre o PIB, impondo um custo persistente e crescente na economia que não existirá se o Reino Unido seguir na UE”, afirmou o relatório da OCDE.

Esta organização que reúne as economias desenvolvidas estimou que o Produto Interno Bruto (PIB) britânico será 3,3% menor em 2020 se o Reino Unido sair da UE, e 5,1% menor em 2030.

A causa seria a incerteza econômica, as novas tarifas, uma redução na imigração e o impacto na libra esterlina.

Em termos reais, esta perda no PIB se traduziria em uma queda de receitas de 2.200 libras por lar britânico (2.800 euros, 3.200 dólares) nos próximos quatro anos e até 5.000, segundo a previsão mais pessimista.

Seria “como um imposto, equivaleria aproximadamente a perder um mês de renda em quatro anos”, disse Gurría na BBC.

“Por quê gastar tanto tempo, esforço e talento para buscar o modo de compensar uma decisão ruim quando não se deve tomar necessariamente este caminho ruim?”, questionou Gurría aos que afirmam que existem alternativas à UE.

“Não há absolutamente nenhum motivo para pensar que conseguiriam um acordo comercial melhor do que o que vocês já têm, não há motivo para pensar que conseguiram acordos melhores de investimento, acordos melhores de imigração”, completou.

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