Jader: “Os tucanos querem acabar com o PMDB”

O ex-presidente do Senado Jader Barbalho (PMDB-PA), que também já foi presidente nacional do partido, tem trocado telefonemas com seus antigos colegas de Brasília. Jader convenceu a pelo menos dois deles do seguinte: desde que o PSDB assumiu o governo, a estratégia dos tucanos tem sido a de detonar todos aqueles que pudessem ser empecilho ao plano de permanecer no poder por, no mínimo, 20 anos. Ele cita a morte política de ACM, a sua própria, a da ex-candidata do PFL Roseana Sarney (e consequentemente a de seu pai, José Sarney), entre uma série de exemplos. No caso do PMDB, vai mostrando Estado por Estado o que o governo e os tucanos fizeram para destruir os caciques peemedebistas locais, como Iris Rezende, em Goiás, Ney Suassuna, na Paraíba. E conclui: “Os tucanos só pensam em enterrar o PMDB, e o pior é que estão conseguindo.” Toda essa conversa é por causa da convenção do próximo sábado. Jader avalia que essa é a grande chance de o PMDB dar o troco: se a aliança com o PSDB for derrotada, a candidatura do tucano José Serra simplesmente naufraga.

Collor ainda pode se aliar a Renan e Teotônio

O ex-presidente Fernando Collor confirma que será candidato a senador pelo PRTB de Alagoas. Forte nas pesquisas, ele deverá pegar uma das duas vagas que estão sendo disputadas. Com isso, tanto o senador peemedebista Renan Calheiros como o senador tucano Teotônio Vilela correm o risco de não se reelegerem. Mas Fernando Collor tem a solução: “Eu não teria problema em apoiar um dos dois para governador.”

E Aécio disse não

O vice-governador de Minas Gerais, Newton Cardoso, fez a seguinte proposta ao presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG). Newtão apóia Serra na convenção nacional do PMDB e o candidato tucano retribuiria com o apoio do PSDB ao peemedebista na sucessão estadual. Aécio disse um sonoro não.

Scalco na alça de mira

Deputados e senadores do PMDB estão aproveitando que o tucano José Serra quer o apoio do partido para reclamar do secretário-geral da presidência, Euclydes Scalco, com quem estão tiriricas. É que, dos R$ 859 milhões em emendas de parlamentares que foram aprovados no Orçamento deste ano, Scalco disse que só serão pagos R$ 90 milhões. Quanto aos outros R$ 769 milhões, ele tem sérias desconfianças de que foram obra e graça de trambicagem: “Enquanto eu estiver aqui, essas emendas não serão contempladas”, arrematou.

Governista-petista

A idéia de um vice do PMDB na chapa de Lula chegou a animar alguns governistas. O secretário do partido, Eunício Oliveira (CE), pediu a palavra na reunião da cúpula peemedebista: “Quem sabe, no pragmatismo atual do PT, se eles não aceitam para vice um nome indicado pelo nosso grupo?”. O entusiasmo de Eunício foi contido pelo presidente do Senado, Ramez Tebet. “Com o PT não dá!”

Feitiço contra o feiticeiro

Nizan Guanaes, o marqueteiro do tucano José Serra, tem argumentado insistentemente com o comando do PSDB: não se deve fazer carga contra o governador do Ceará, Tasso Jereissati, por ele estar colocando o candidato do PPS a presidente, Ciro Gomes, no horário eleitoral tucano do Estado. Nizan afirma que esses desacertos regionais não devem ser levados no fio da navalha. O curioso da história é que os filmetes que geraram a encrenca foram realizados pelo próprio Nizan.

Rápidas

Antônio Lavareda, novo pesquisador da campanha presidencial do tucano José Serra, disse em seminário no Ceará, na quarta-feira 22, que desaconselharia o nome do senador como candidato.

Na Bahia, o PMDB do líder na Câmara, o deputado Geddel Vieira Lima, já fechou uma aliança branca com o PT. Não deve ter candidato ao Senado para apoiar o petista Waldir Pires.

O deputado e ex-ministro da Saúde Alceni Guerra avisa aos amigos: está preparando as baterias para disputar com Inocêncio de Oliveira o cargo de líder do PFL na Câmara.