Mergulhado em dívidas, o Cruzeiro vai seguir fora da elite nacional na temporada 2021, disputando duas edições seguidas da Série B. Revoltada, a torcida perdeu a paciência e voltou a protestar. Perto de 150 pessoas fizeram um ato nesta noite, antes do jogo em que o time enfrenta o Operário-PR pela 36.ª rodada da Série B. O principal alvo foi o atual presidente Sérgio Santos Rodrigues, mas ex-dirigentes também foram xingados.

O grupo de torcedores se reuniu na frente do Independência, local do duelo, com faixas de protesto. Uma delas chamava de mentiroso o presidente Sérgio Santos Rodrigues. Mas a revolta maior era contra antigos dirigentes, como o ex-presidente Wagner Pires de Sá e seu vice de futebol, Itair Machado, e Sérgio Nonato, que era diretor geral. Os três são réus na Justiça por ações temerárias e outras acusações e irregularidades, inclusive de desvio de dinheiro.

Houve cobrança também pelo fato de 30 conselheiros não terem sido afastados, mesmo tendo recebido por serviços prestados no período em que Wagner Pires presidiu o clube, entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019.

Rebaixado do Brasileirão em 2019, o Cruzeiro esperava subir já na temporada 2020, marcada pela pandemia da covid-19. Mas não deu. Por isso, a torcida, além de criticar o atual presidente, pediu a demissão de dirigentes: Deivid, ex-atacante e atual diretor técnico, e Benecy Queiroz, supervisor da área administrativa.

O presidente, porém, confirmou que não pretende “dispensar estes dois colaboradores até o final de 2021”. O clube continua buscando saídas para amenizar sua crise financeira para montar um elenco capaz de atingir seu principal objetivo: voltar à elite nacional.

Mas na chegada da delegação ao Independência, por volta das 20 horas, a ira também se voltou para os jogadores. O recado se resumiu numa frase gritada pelos torcedores que conseguiram se aproximar do ônibus: “Joga por amor, ou joga por terror”.