Se a disputa pela guarda de Chicão ainda promete novos lances, o mesmo se deve esperar das investigações sobre a causa da morte de Cássia Eller. Na quinta-feira 31, o Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro divulgou novo laudo, no qual afirma que a cantora morreu vítima de infarto.

O documento dá outro tom ao drama de Cássia, que acabou sendo considerada por muita gente como mais uma vítima fatal de overdose. “Esse laudo é muito importante, pois confirma o que eu vinha dizendo: ela não morreu por causa de excesso de drogas”, afirma Maria Eugênia Martins, a ex-companheira de Cássia. “Para o Chicão também é muito importante saber que a mãe não morreu vítima daquele motivo que ele viu estampado nos outdoors e nas manchetes”, diz.

No entanto, a conclusão está longe de encerrar o caso. O advogado Ricardo Leitão, que representa Altair Eller, pai de Cássia, afirmou que requisitará cópias do laudo para entregá-las a uma legista de sua confiança. “Se ela me disser que há discrepâncias, entrarei na Justiça pedindo novo laudo”, afirmou. Nesse caso, Leitão tentará obter a aprovação da exumação do corpo da cantora, para que novos exames possam ser feitos. Por outro lado, o Ministério Público do Rio também pediu a realização de um novo exame laboratorial para investigar a presença ou não de drogas no corpo da cantora. Testes anteriores deram negativo. A dúvida se justifica porque a conclusão inicial vai contra os depoimentos das testemunhas que estiveram com Cássia em seus últimos momentos. A percussionista Elaine Moreira, a Lan Lan, contou que a cantora bebeu cerveja durante o ensaio no dia anterior a sua morte e, no dia seguinte, quando foi ao seu apartamento, a encontrou embriagada. “Mesmo que essa contraprova revele alguma quantidade de droga ou álcool, o importante é que a causa da morte já está definida e não tem relação com isso”, diz Maria Eugênia.

De fato, Cássia integrava o grupo de risco para doenças cardíacas, já que era fumante e sedentária. No entanto, um infarto também pode ser causado pelo uso de drogas e álcool. “Eles contêm substâncias que contraem os vasos e provocam espasmos. Essa reação pode levar ao infarto”, explica o cardiologista Nabil Ghorayeb, de São Paulo. E, embora saiba-se que a mortalidade por infarto em grandes centros como Rio e São Paulo não ultrapassa 10%, Maria Eugênia diz que não pensa em acionar a clínica por causa de um possível erro médico. “Minha única preocupação agora é manter a guarda de Chicão”, diz.