O sócio-fundador da assessoria financeira Estáter, Pércio de Souza, foi o convidado da live de ISTOÉ, nesta terça-feira (1º). Souza foi categórico ao analisar o cenário econômico nacional.

“Vai depender muito da atitude do governo para lidar com a fragilidade da economia e conseguir voltar a catalisar investimentos”, avalia.

Souza é conhecido, e reconhecido, pelas operações de fusões e aquisições empresariais que fez em diversos setores, para ele, o pós-pandemia exigirá empenho dos mais diferentes atores da sociedade, governos, empresários. Ele entende que as consequências da pandemia vão muito além dos óbitos provocadas pela crise sanitária, que atingirá ainda mais a saúde das pessoas e a saúde econômica e financeira do País.

O executivo faz uma análise do Covid-19, no Brasil e no mundo, e a evolução pandêmica do vírus. Ele diz que tudo indica que o coronavírus será a 3ª doença mais letal no Brasil.

“Antes de falar em cerceamento, tem que se fazer um trabalho de conscientização, de percepção e risco da doença. Os dados mostram que o principal contágio está nos relacionamentos das pessoas. Temos que fazer tudo para evitar um novo lockdown”, diz.

No bate-papo, o executivo fez algumas reflexões sobre o ambiente político e o enfrentamento à crise sanitária. Para ele, a radicalização política gera análises simplistas e, consequentemente, deixa de lado o entendimento de variáveis importantes.

“Tem pouca gente olhando os dados, infelizmente.” critica. “Não só os políticos, mas as mídias sociais trouxeram um grau de politização desnecessários. Nenhum debate político se justifica neste momento”, afirma.

No campo da economia, Souza entende que algumas medidas precisam ser tomadas e enfrentadas como a aprovação das reformas.

“A Reforma Tributária é uma dívida que os governantes têm com o Brasil. Uma reforma que atenda uma solução definitiva na questão dos tributos e que não fique só em remendos”, finaliza.

Formado em engenharia civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), ele iniciou sua carreira em 1984 na área corporativa do Citibank e oito anos depois seguiu para o BBA, onde se tornou sócio, diretor estatutário e responsável pelas áreas de mercado de capitais, fusões e aquisições e pela corretora da instituição.