Logo após o atentado à faca que sofreu ainda durante a campanha de 2018, o então deputado Jair Bolsonaro acusou o homicida, Adélio Bispo, de ser um assassino contratado por partidos de esquerda, e disse ter provas que o maluco fora bancado por um grupo ligado ao PSOL. Porém, mais de dois anos depois, jamais apresentou tais provas.

No começo deste ano, ao voltar dos Estados Unidos, já como presidente da República, afirmou que as eleições de 2018 foram fraudadas, e que teria vencido ainda no primeiro turno. Garantiu, inclusive, ter provas, e prometeu divulgá-las “em breve”. Até hoje, não apresentou mísera prova nem sequer mínima evidência da acusação leviana.

Durante todo este período de pandemia de Covid-19, o presidente vem afirmando que a tal cloroquina e o “vermífugo do astronauta”, desde que administrados precocemente, produzem efeitos contra o coronavírus e já salvaram milhares de vidas. Disse, também, que é “prova viva” do tratamento, já que se curou assim. Jamais apresentou provas do que disse.

Dias atrás, numa daquelas “lives” em que mente feito maluco e desfila uma série de impropérios e baixarias, prometeu divulgar uma lista dos países europeus que importam madeira ilegal da Amazônia. Jamais falou em empresas; mas em países. Nesta quinta-feira (19) não só não apresentou lista alguma como disse que não irá mais apresentar.

O que Bolsonaro fala não se escreve. Para o bem ou para o mal, aliás. Já disse “chega”, num faniquito contra o ministro Alexandre de Moraes, dando a entender que iria investir contra o STF. E o que fez? Correu, literalmente, para os braços – e abraços – de Dias Toffoli. Já disse, desdisse e disse novamente que não iria comprar a vacina da China. Então, tá.

As verdades do presidente não duram 24 horas. Sempre são desmentidas no dia seguinte. Às vezes, por ele mesmo. Já as mentiras acabam caindo no esquecimento. Até porque são tantas e tamanhas, que ninguém consegue se lembrar e cobrar posteriormente. Bolsonaro é, ao mesmo tempo, mitômano e embusteiro. Um falacioso contumaz.