Brasília – O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, com a participação dos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, acaba de divulgar uma nota oficial se posicionando em relação às declarações do comandante do Exército, general Edson Leal Pujol. Em palestra na última sexta-feira, Pujol disse que os militares da ativa devem ficar fora da política, o que provocou uma crise na ala militar. A crise envolveu inclusive o vice-presidente Hamilton Mourão, que divergiu publicamente do presidente Jair Bolsonaro. Nos últimos dias, Bolsonaro tem tomado atitudes despropositadas, com ataques aos brasileiros que temem morrer por causa da pandemia, dizendo que vivem em um “País de maricas”.

A nota do Ministério da Defesa esclarece que “a característica das Forças Armadas como instituições de Estado, permanentes e necessariamente apartadas da política partidária, conforme ressaltado recentemente por chefes militares, durante seminários programados, é prevista em texto constitucional e em nada destoa do entendimento do governo e do presidente da República”. A nota acrescenta que as Forças Armadas “direcionam seus esforços exclusivamente para o cumprimento de suas missões”.

Após as declarações do general Edson Leal Pujol em um seminário em Brasília, o próprio general Hamilton Mourão, vice-presidente, defendeu que os militares fiquem fora da política, falando a mesma linguagem dos militares, que estão cansados das trapalhadas do presidente.

Além de ter dito que os brasileiros vivem em “País de Maricas”, Bolsonaro afirmou ainda que o governo brasileiro pode usar “pólvora” contra os americanos, caso se esgote “a saliva”, ou seja, os meios de negociação por causa da devastação brasileira na Amazônia. O governo Biden ameaça o Brasil com retaliações caso as autoridades locais não deixem de tomar medidas contrárias à preservação ambiental.

Em repercussão a essas barbaridades ditas pelo presidente esta semana, a ISTOÉ elaborou uma capa que está nas bancas desde sexta-feira mostrando Bolsonaro como o Coringa, o personagem que só causa malfeitos, enfrentando o herói Batman. A capa da ISTOÉ, que viralizou nas redes sociais,  foi a publicação mais procurada nas bancas de revistas de todo o País.

Veja a íntegra da nota do Ministério da Defesa, que procura por panos quentes nas divergências entre Bolsonaro, Mourão e os militares.