10/08/2020 - 18:40
A Uber apresentou nesta segunda-feira (10) um “novo modelo” para melhorar as condições dos trabalhadores independentes nos Estados Unidos, sem considerá-los assalariados.
Em um documento de 18 páginas, a plataforma de caronas e entregas afirmou esperar que as sugestões para reforçar as vantagens sociais dos trabalhadores sirvam de modelo no setor.
A Uber e seus competidores, como a Lyft, são alvos de uma lei que entrou em vigência em 2020 na Califórnia e que obriga as empresas a reclassificar os contratos dos funcionários, que ganham assim direito a seguro desemprego e outros benefícios.
A Uber apoia um referendo para anular a lei californiana, mas garante que pretende melhorar os benefícios dos trabalhadores.
A legislação, que tem sido observada de perto por outros estados, é uma resposta aos críticos que argumentam que as empresas de transporte negam benefícios aos motoristas.
Mas a Uber, armada de uma pesquisa, garante que a maioria dos motoristas da plataforma querem seguir sendo independentes para beneficiarem-se de uma maior flexibilidade trabalhista.
A Uber propõe que as empresas que têm trabalhadores afiliados criem um fundo “dedicado a benefícios sociais”, que os trabalhadores poderiam usar para a cobertura de planos de saúde ou férias remuneradas.
Em uma coluna publicada pelo jornal The New York Times, o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, afirmou que a legislação trabalhista “é antiquada e injusta” e “força os trabalhadores a escolherem entre a condição de funcionários com mais benefícios e menos flexibilidade e a de trabalhador independente com flexibilidade, mas quase sem nenhuma rede de proteção”.
“A Uber está pronta, imediatamente, para pagar mais para oferecer novos benefícios e proteções aos motoristas. Mas os Estados Unidos precisa mudar o status quo para proteger a todos os trabalhadores e não somente uma forma de trabalho”, completou.