A direção do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, referência no tratamento do novo coronavírus no Rio de Janeiro, informou que não existe qualquer relação entre a morte do paciente Bernardo Reis dos Santos, de 24 anos, que estava internado no centro de terapia intensiva (CTI) da unidade há nove dias, com uso de respirador, e a falta de energia nessa sexta-feira (8) à tarde.
Houve uma queda de energia no hospital e, durante esse período, a bateria do respirador estava desligada e o paciente morreu. A denúncia foi feita pelo médico Alexandre Telles, que é presidente do Sindicato dos Médicos do Rio e faz parte do corpo clínico do hospital.
Segundo Telles, os geradores não ligaram imediatamente e somente oito minutos após a queda de energia, eles começaram a funcionar.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, “não há relação entre a queda de energia ocorrida na unidade com qualquer óbito no CTI”.
A nota diz ainda que “os equipamentos que estavam em uso pelos pacientes – respiradores, monitores e bombas infusoras – continuaram funcionando com suas baterias próprias”.
A secretaria informou que a falta de luz na unidade ocorreu às 13h19 e o gerador foi imediatamente acionado, levando 1 minutos e 25 segundos para entrar em operação. A Light, responsável pelo fornecimento de energia na cidade, também foi acionada imediatamente.
O diretor do Hospital Ronaldo Gazolla, Luiz Fernando Gandara, disse, em vídeo, que, de acordo com avaliação preliminar da unidade, a morte do paciente não foi decorrente dessa falta de luz”. Segundo ele, todos os equipamentos – monitor, respirador e bombas difusoras – que estavam com o paciente continuaram funcionando com suas baterias.
Gandara disse ainda que, no momento, há uma demanda técnica muito intensa, mas que o Hospital Ronaldo Gazolla está fazendo de tudo para ajudar a população da cidade.
Light
A concessionária informou que registrou uma interrupção, em consequência de projétil de bala (tiro) que atingiu a linha que abastece o hospital às 13h20. O fornecimento foi restabelecido às 14h02.
Em nota, a Light explicou que dentro do plano de priorização do atendimento de emergência a hospitais e clínicas, o fornecimento foi restabelecido no prazo mais curto possível.
“É importante ressaltar que o hospital tem dupla alimentação. Isso significa que eles recebem energia por dois cabos diferentes – o que foi atingido por bala e o outro que estava íntegro, funcionando normalmente. O hospital tem equipamento de transferência automática para, em caso de falta de energia, usar a outra linha da Light que estava funcionando normalmente”.
Em nenhum momento, segundo a concessionária, o hospital ficou sem entrega de energia, mas, por problemas internos, o hospital não conseguiu entrar com a energia.