O dólar recuou ante outras divisas fortes nesta quinta-feira, 7, com o foco dos investidores no relatório de empregos americano (payroll) de abril, que será divulgado amanhã e deve mostrar eliminação de 21 milhões de empregos, segundo a mediana das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast. Além disso, predominou no pregão certo apetite por risco, devido aos processos de reabertura econômica, o que levou a uma alta no mercado acionário em Nova York.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 106,31 ienes, enquanto o euro avançava a US$ 1,0831 e a libra registrava alta a US$ 1,2359. O índice DXY, que mede a variação da divisa americana ante uma cesta de seis rivais, cedeu 0,20%, a 99,889 pontos, perdendo a marca dos 100 pontos.
“O relatório do payroll dos EUA, nesta sexta-feira, deve ser o pior de todos os tempos”, avalia Kathy Lien, diretora-gerente de estratégia de câmbio da BK Asset Management. “A última vez que a taxa de desemprego foi de dois dígitos foi em 1983, logo após a recessão da década de 1980”, ressalta a analista. De acordo com a pesquisa realizada pelo Projeções Broadcast, a taxa de desemprego deve ficar ao redor de 15%. Os novos pedidos de auxílio-desemprego na semana encerrada em 2 de maio, divulgados hoje, foram de 3,169 milhões, mas o número recuou em relação ao registrado na semana anterior.
De acordo com Kathy Lien, embora o dólar tenha subido hoje ante o iene, a fraqueza da moeda americana ante a divisa japonesa nos últimos dias significa que os traders se posicionaram para um payroll “fraco”.
A libra, por sua vez, inverteu o movimento de baixa registrado no início do pregão e passou a subir ante o dólar. Hoje, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu manter os juros, mas sinalizou que pode expandir seu programa de compra de ativos.
Ante divisas emergentes e ligadas a commodities, a moeda americana caía a 74,126 rublos russos, a 18,6687 rands sul-africanos e a 24,0941 pesos mexicanos, mas subia a 67,1569 pesos argentinos, no final da tarde em Nova York. Segundo o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), o fluxo de capital para países emergentes dá sinais de estabilização, após uma “parada repentina” em março.