A Prefeitura de São Paulo firmou parceria com o Hospital Cruz Vermelha Brasileira, situado no bairro Indianópolis, zona sul da capital paulista, a fim de ampliar o atendimento a pacientes com covid-19.
De acordo com informações divulgadas hoje (24), a rede passará a contar com um reforço de 54 leitos, sendo 20 de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), 30 de apoio na enfermaria, um de estabilização e três de admissão.
Em nota, a prefeitura destaca, ainda, que a unidade tem capacidade para expansão de até 75 leitos, sendo 40 de UTIs, e um Setor de Imagem, onde são realizados exames laboratoriais e de tomografia. A abertura dessa possibilidade está condicionada à disponibilização de equipamentos.
Localizado na Avenida Moreira Guimarães, o prédio do hospital tem três mil metros quadrados, três andares e subsolo. Atualmente, a equipe de funcionários é composta por 110 médicos (infectologistas, intensivistas, neurologistas, nefrologistas, urologistas, cirurgiões gerais e cirurgiões plásticos), além de 268 profissionais dos setores administrativo, de apoio e assistência.
A previsão é de que o quadro seja aumentado, de modo a garantir a demanda, que deverá crescer em função da parceria.
No lado externo, anexo ao prédio do hospital, foram instalados dois contêineres refrigerados com capacidade de abrigar 24 corpos. Outros quatro contêineres servirão de base para tarefas administrativas e de apoio às famílias.
Em entrevista, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, esclareceu que somente pacientes encaminhados por unidades de saúde receberão atendimento no hospital. O custo de manutenção do local será de R$ 3 milhões mensais, aproximadamente.
Trabalho conjunto
Covas comentou, ainda, que a cidade de São Paulo e a Cruz Vermelha já vêm trabalhando em conjunto. Segundo ele, as doações de produtos de higiene e limpeza e alimentos, arrecadadas em drive-thrus da prefeitura, são enviadas à instituição, que as distribui à população em vulnerabilidade social.
“Tudo depende não apenas desse trabalho que a prefeitura vem fazendo para poder ampliar o número de leitos de UTI, mas também da parceria com a população, para que as pessoas possam permanecer dentro de casa. Se as pessoas permanecerem em casa, a gente dilui a contaminação no tempo, evita o pico e todo mundo vai poder ser atendido nos leitos que estão sendo incorporados. São mais de dois mil leitos de enfermaria, quase mil novos leitos de UTI, que a prefeitura colocou à disposição, praticamente, triplicando o número de UTIs que a gente tinha na cidade”, disse.
Perguntado sobre supostas divergências com o governador de São Paulo, João Doria, quanto à reabertura do comércio, Covas negou que tenha havido mal-estar. Ele acrescentou que a normalização depende da avaliação feita por autoridades da área de saúde, em ambas as esferas.
“Se pensar no dia de hoje, dia 24 de abril, certamente ainda não é o momento de ser aplicada [a reabertura do comércio]. Talvez, quem sabe, no dia 10 de maio já possa ser o momento. Mas isso os números vão apontando. Todas as medidas adotadas tanto pela prefeitura como pelo governo do estado foram tomadas de acordo com o indicado pela equipe médica, pela vigilância sanitária, pela Secretaria Municipal da Saúde, pela Secretaria de Estado da Saúde. Não há nenhum mal-estar. Podem ter certeza de que, no momento apropriado, vamos poder falar em flexibilização [do isolamento social]”, afirmou.
O estado de São Paulo já soma 16.740 casos confirmados da covid-19 e 1.345 óbitos. Nesta quinta-feira (23), bateu novo recorde, com o registro de 211 novas mortes por coronavírus. A Secretaria Municipal da Saúde informou que a capital concentra 11.025 dos casos confirmados e acompanha, ainda, 45.518 casos suspeitos.