06/11/2024 - 9:37
Em situações comuns, uma leve mordida de cachorro apenas te levará a lavar a ferida e usar um curativo até que ela cicatrize – o que costuma levar poucos dias para acontecer. Contudo, o caso de uma mulher de Oklahoma (EUA) não foi nada parecido com isso: ela teve as duas pernas e seis dedos da mão amputados após levar uma pequena mordida de seu cão.
Tudo começou quando, após o incidente com o pet, Kathy Roberts começou a ter sintomas parecidos com os da gripe, como fadiga. Passado um mês, ela sentiu certa dificuldade em mover a perna direita e procurou ajuda médica – onde foi diretamente levada à sala de emergência com pressão baixa e uma frequência cardíaca muito alta.
De acordo com o canal Oklahoma News 4, em poucos dias seus membros começaram a ficar pretos. Foi então que Kathy recebeu seu diagnóstico: uma infecção no sangue que havia se espalhado por todo o corpo e que provavelmente havia sido contraída após aquela pequena mordida de cachorro.
Os médicos informaram que, devido a extensos danos nos tecidos e músculos causados pela doença da saliva do animal, eles seriam forçados a amputar suas duas pernas e alguns dedos da mão.
Diagnóstico da mordida de cachorro
Segundo o Oklahoma News 4, os profissionais estavam com dificuldades em definir o diagnóstico de Kathy. Por isso, pediram para que ela relembrasse tudo de diferente que lhe aconteceu desde o início dos sintomas. Foi quando relatou um episódio ocorrido com seu pequeno cão maltês de dois anos.
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“Eu estava dando frango ao meu cachorrinho uma noite e ele pegou o pedaço da minha mão. Eu não estava prestando atenção. Ele fez apenas um pequeno arranhão na pele e não foi tão ruim. Por isso, eu nunca pensei que poderia causar tudo isso”, relatou ao News 4. Em seguida, ela contou que lavou o arranhão, aplicou uma pomada antibiótica e continuou suas tarefas normalmente.
Levou apenas um mês após a mordida para que seus dedos fossem amputados. Cerca de duas semanas depois, os médicos tiveram que amputar suas duas pernas. “Eles me trataram como se eu estivesse queimada. Eu tinha bolhas enormes e minhas pernas estavam pretas”, disse ela. “Foi difícil, foi doloroso ter pernas um dia e não ter pernas no dia seguinte. ‘[Mas] eu estava determinada a levantar, começar a andar e perseguir meus netos, fazer as coisas que eu mais gosto”, completou.
Cerca de três meses depois das cirurgias, Kathy foi preparada para receber próteses tanto para as pernas quanto para os dedos. Quanto ao cachorro, ela tinha medo de que alguém o sacrificasse, porém ele logo foi adotado por outra família, de acordo com o News 4.
Qual bactéria foi transmitida pela mordida de cachorro?
Segundo os profissionais informaram ao News 4, trata-se de um patógeno bacteriano conhecido como capnocytophaga canimorsus – encontrado encontrada na saliva de cães e gatos saudáveis. Contudo, ele é tão raro que afeta menos de uma em um milhão de pessoas.
Em contrapartida, em 2014, um estudo feito Japão descobriu que o germe estava presente em 69% dos cães e 54% dos gatos. Ele pode ser transmitido aos seres humanos através de mordidas e lambidas, que entram na pele por feridas abertas.
A infecção geralmente pode ser tratada com antibióticos por um período mínimo de três semanas. Neste tempo, é possível haver efeitos colaterais sérios, como necessidade de amputação de membros, ataques cardíacos e insuficiência renal. Logo, quanto mais rápido for o diagnóstico, maior a chance de sobrevivência. Cerca de 30% de todos os infectados morrem.