Uma artista de circo com um distúrbio psicológico raro de arrancar cabelo perdeu todos os seus fios e agora precisa de um transplante capilar de mais de R$ 50 mil.

A suíça Claire Jenna Ory, de 24 anos, desenvolveu tricotilomania há 14 anos, ao sofrer de estresse por começar a estudar em uma nova escola. “Eu me lembro de estar sentada na minha mesa e ao lado dela havia uma mecha de cabelo, que eu precisava limpar todos os dias.” A partir daí, ficou calva, o que a levou a sofrer bullying no colégio.

Artista com distúrbio raro arrancou todo cabelo e agora precisa de transplante
Foto Divulgação Bristol Post/SWNS.com

Segundo contou ao Daily Mail Online, alunos “valentões” tentavam tirar sua peruca e apelidaram-na de “alienígena”. Sofrendo com essa situação, ela tentou suicídio duas vezes aos 13 anos.

Passados todos estes anos, Claire se sente um pouco melhor em relação ao vício, mas confessa que ainda o tem e o compara com a necessidade de fumar cigarro. “É uma necessidade e você sente alívio quando o faz.”

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Desesperada por uma solução, a artista tentou vários tratamentos, mas nenhum ajudou. “Eu tentei de tudo. Elástico em volta dos meus pulsos, puxar cabelo de bonecas, medicação, hipnoterapia…”, disse ela. “Não funcionou. Eu tinha terapeutas, mas eles nunca tiveram um paciente que puxou o cabelo antes.”

Artista com distúrbio raro arrancou todo cabelo e agora precisa de transplante
Foto Divulgação Bristol Post/SWNS.com

Para piorar toda a situação do estresse, pouco antes de Claire completar 14 anos, sua mãe tirou a própria vida. Ela, então, passou a receber tratamento psiquiátrico em um hospital por dois meses, o que descreve como uma “depressão constante”.

Depois desse período internada, ela se matriculou em outra escola. “Havia muito foco em coisas como arte e canto”, ela disse. ‘Eles realmente deram apoio, mais do que na minha antiga escola. Eles sabiam que as crianças estavam lá por um motivo e que precisávamos nos expressar.”

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Ainda assim, o vício em puxar os fios continuava. Ela parcialmente atribuía isso à falta de consciência em torno do distúrbio. “Ninguém sabia nem mesmo o nome da doença”, disse ela.

Aos 18 anos, ela decidiu mudar para outra cidade para treinar no circo da escola Circomedia, o que pode ter salvo sua vida. “Mudar foi algo bom para mim. Sou uma pessoa totalmente diferente desde que cheguei aqui. É como uma grande família. Eu faço amigos em todo lugar que vou. Aprendi a me conter do pânico. Eu tento não ficar estressado tanto com as coisas”, comemorou.

Hoje, Claire se apresenta em circos de todo o país, além de trabalhar como cabeleireira e maquiadora. Ela ainda tem alguns dias ruins, mas não deixa de ser otimista. “Estou muito animada pelo transplante”, disse ela. “Não vou ter mais nenhuma preocupação se a minha peruca está no lugar. Se eu suar, não vou mais precisar ficar três horas lavando meu cabelo e trocando o adesivo. Isso era algo para eu me preocupar todos os dias.”