As pessoas costumam contar os dias para a chegada do verão. Afinal, para a maioria delas, é só proteger a pele do sol e se jogar na estação mais quente do ano. Contudo, a história é completamente diferente para Fatima Perez, uma mulher de 54 anos que tem alergia ao sol.

Nascida e crescida na República Dominicana, Fatima precisa que passar o dia todo dentro de casa por ser extremamente sensível aos raios ultravioleta. Sua condição, inclusive, a fez perder o cabelo e a visão aos 20 anos. Por conta disso, ela é obrigada a reaplicar filtro solar a cada duas horas, mesmo que esteja em lugares protegidos.

Fatima viveu durante 23 anos exposta ao sol sem saber exatamente o que causava os sintomas em sua pele. “A primeira coisa que senti foi muita coceira e queimação. Nesse ponto, a pele nem crescia em mim”, relatou ela ao Daily Mail Online. “Os médicos disseram aos meus pais que minha doença era xeroderma pigmentoso, mas nunca nos disseram que o sol poderia me matar.”

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Após seu irmão morrer da mesma condição aos nove anos, Fatima e seus pais decidiram mudar-se para os Estados Unidos. “Só depois de 23 anos na República Dominicana e 11 nos Estados Unidos foi que aprendi como minha condição funciona. Foi quando finalmente fiquei fora do sol.”

alergia ao sol
Foto Reprodução Discovery/Daily Mail Online

Em sua casa, a proteção é feita com vidros escuros e persianas abaixadas. Contudo, quando precisa sair na rua, ela precisa cobrir o corpo inteiro com roupas que chegam a pesar cinco quilos, além de acessórios como óculos de sol, luvas e chapéu, tudo com proteção aos raios solares. “Essa roupa deve ser usada sempre que eu for para fora, independentemente de quão quente esteja a temperatura.”

Ela contou, ainda, que não é só a luz do sol que queima sua pele. A fluorescente ou de halogênio, por exemplo, também lhe causa danos. “Às vezes posso estar debaixo de uma luz que não consigo enxergar, não percebo que está me queimando.”

Além do xeroderma pigmentoso

Por conta de sua condição, Fatima teve também uma série de cânceres de pele. “pés, coxas, pernas… Só em uma perna até o pé eu tive nove cânceres de pele removidos.”

Isso ocorre porque o xeroderma pigmentoso é causado quando o dna de uma célula é incapaz de se reparar após a exposição à luz ultravioleta. Sem esse mecanismo funcionando, a pele fica vulnerável a danos por radiação, o que pode levar ao câncer de pele, podendo ser benigno ou maligno.

Por conta disso, Fatima carrega consigo um medidor de luz para poder medir a quantidade de luz UV em cada fonte. Assim, ela consegue determinar se está ou não segura perto desses raios.

alergia ao sol
Foto Reprodução Discovery/Daily Mail Online