O Vasco começou o clássico contra o Botafogo com nove jogadores formados nas divisões de base e chegou a ter dez em campo durante o duelo no Engenhão, neste domingo, pela quinta rodada da Taça Guanabara, o primeiro turno do Campeonato Carioca. A direção do clube e a comissão técnica optaram por priorizar o jogo contra o Oriente Petrolero, da Bolívia, pela Copa Sul-Americana, quarta-feira, que já tem 10 mil ingressos vendidos para São Januário.

O meia-atacante Vinícius foi o principal destaque vascaíno na derrota por 1 a 0, não só pela sua movimentação e habilidade, como por ter acertado a trave botafoguense duas vezes ainda no primeiro tempo.

“Acho que jogamos bem e merecíamos melhor sorte. Tocamos bem a bola, mas concluímos pouco. Só falta caprichar um pouco. Esta garotada é boa e nós vamos dar frutos ao clube”, disse Vinicius, que acertou um chute de longe na trave esquerda de Gatito Fernández, com a bola quase que correndo a linha de gol. Depois tentou de letra, Gatito fez a defesa parcial e a bola chocou-se de novo na trave.

“Estou feliz por jogar. Meu pai veio com minha mãe e minha tia lá da Vila da Penha, então a família está toda torcendo junto”, completou. Aos 27 minutos do segundo tempo, exausto, ele deixou a vaga para a entrada de Talles Magno.

O garoto Juninho preocupou no primeiro tempo quando saiu com muitas dores no joelho esquerdo. Mas segundo o médico Carlos Contes, inicialmente, se trata apenas de uma entorse leve, sem maior gravidade. O meia ficou no banco de reservas ao sair de campo e foi consolado pelos companheiros.

O goleiro Lucão bateu um recorde ao atuar como titular com 18 anos, 11 meses e dois dias. Ele é o arqueiro mais jovem a vestir a camisa vascaína no século XXI, superando Alexander. “Fico feliz porque fui bem, apesar de ter sofrido o gol no final. Eu até defendi de primeira, mas a sobra bateu no peito do atacante deles que vinha em velocidade. É uma marca importante para minha vida. Confesso que não esperava, mas estou muito orgulhoso e agradeço a Deus. Nós jovens estamos trabalhando muito para entrar bem quando aparecer a chance. Temos que correr atrás de nossa vida e no campo é um correndo para o outro” revelou o goleiro, prometendo levar a camisa para casa.

Mas o clima é cada vez mais ruim para o técnico Abel Braga em relação à torcida. Ele foi vaiado ao ser anunciado antes do jogo pelo serviço de som do estádio e muito xingado no intervalo e no final.

Existe também nos bastidores uma divisão pelo controle do clube. Alguns dirigentes discordam da política do presidente Alexandre Campello que demonstrou buscar alguns reforços, enquanto os salários de jogadores e funcionários continuam atrasados. Uma faixa foi estendida nas arquibancadas do Engenhão clamando pela quitação dos débitos com os funcionários.