CIDADE DO VATICANO, 09 JAN (ANSA) – O papa Francisco pediu nesta quinta-feira (9) “diálogo” para evitar “derivas antidemocráticas, populistas e extremistas” na América Latina.
A declaração foi dada durante seu já tradicional encontro de início de ano com os embaixadores estrangeiros na Santa Sé.
Em seu discurso, o líder católico disse estar preocupado com a “multiplicação” de crises políticas em um “crescente número de países do continente americano”, com “tensões e insólitas formas de violência que geram graves consequências socioeconômicas e humanitárias”.
“As polarizações, cada vez mais fortes, não ajudam a resolver os verdadeiros e urgentes problemas dos cidadãos, sobretudo dos mais pobres e vulneráveis”, afirmou Jorge Bergoglio. Segundo o Papa, os conflitos na região têm “raízes diversas”, mas estão “unidos por profundas desigualdades, pela injustiça e pela corrupção endêmica, assim como pelas variadas formas de pobreza que ofendem a dignidade das pessoas”.
“É preciso que os líderes políticos se esforcem para restabelecer urgentemente uma cultura do diálogo pelo bem comum e para reforçar as instituições democráticas e promover o respeito ao estado de direito, a fim de evitar derivas antidemocráticas, populistas e extremistas”, acrescentou.
O único país citado nominalmente pelo Pontífice foi a Venezuela, onde a Igreja Católica tentou, sem sucesso, mediar a crise entre o chavismo e a oposição. A América Latina também viveu um cenário de agitação no fim do ano passado, com protestos populares em países como Chile, Equador, Colômbia e Haiti.
Primeiro papa latino-americano, Francisco já visitou a região sete vezes, a última delas em janeiro do ano passado, para a Jornada Mundial da Juventude do Panamá. (ANSA)