Ao menos 62 pessoas morreram na costa da Mauritânia no naufrágio de um barco que partiu da Gâmbia, anunciou nesta quinta-feira (5) a Organização Internacional para as Migrações (OIM) em um comunicado. Já as autoridades do país africano indicam que teriam morrido 63 pessoas, sendo muitas mulheres e crianças.
“Nossas equipes de segurança descobriram com muita dor, durante uma patrulha, os sobreviventes do naufrágio de uma precária embarcação”, informou o ministério do Interior da Mauritânia em comunicado.
O grupo era proveniente de Gâmbia, um dos menores países da África, com cerca de dois milhões de habitantes, e havia embarcado no dia 27 de novembro em direção à Europa, de acordo com a Organização Internacional de Migrações (OIM).
“Sabemos que esta embarcação transportava entre 150 e 180 pessoas. Muitos deles eram jovens entre 20 e 30 anos”, informou o Ministério do Interior da Mauritânia.
“Trata-se, essencialmente, de imigrantes em situação irregular que tentavam chegar à Espanha provenientes de Banjul, na Gâmbia, segundo as primeiras informações recolhidas junto aos sobreviventes”, acrescentou o ministério.
O naufrágio aconteceu na quarta-feira cerca de 25 km ao norte da cidade de Nouadhibou, próximo da fronteira com o Saara Ocidental, informou à AFP uma fonte da segurança da Mauritânia.
“A embarcação se chocou com um rochedo no mar. Começou a entrar água e o motor parou de funcionar. Eles não estavam muito distantes da costa, mas as fortes ondas impediu-os de chegar à costa de barco”, de acordo com esta fonte.
“Eles não tinham mais comida a bordo, estavam com fome, estavam com frio, então abandonaram o barco e começaram a nadar”, explicou.
De acordo com um comunicado de imprensa da OIM, 83 passageiros conseguiram nadar até a costa.
Os sobreviventes explicaram aos funcionários da OIM que pelo menos 150 pessoas, incluindo mulheres e crianças, estavam no barco.
“Sabemos que esta embarcação precária transportava entre 150 e 180 pessoas, incluindo mulheres e, sobretudo, jovens com entre 20 e 30 anos”, afirmou por sua vez o ministério mauritano em seu comunicado.
“As autoridades mauritanas cooperam de forma eficaz com as agências presentes em Nuadibu”, declarou Laura Lungarotti, chefe da missão da OIM na Mauritânia.
“Nossa prioridade é atender os sobreviventes e dar a ajuda necessária”, completou.
Os feridos foram levados para um hospital da cidade.
As autoridades mauritanas contactaram os serviços consulares de Gâmbia e se reunirão com o embaixador deste país na Mauritânia.
“Esta situação nos faz recordar a tragédia que causa o fenômeno da imigração clandestina, que dizima a juventude africana. Ela nos faz olhar para a necessidade de unir esforços para acabar com essa espiral mortífera”, considerou o ministério mauritano do Interior.