Dia do Professor, o profissional da esperança

Rio – Hoje é dia de comemorar uma das profissões mais importantes: a de professor. Alunos e ex-alunos prestigiam seus mestres, que, por sua vez, relembram grandes momentos da carreira, apesar da crescente desvalorização da profissão, principalmente na rede pública. Essa realidade, aliás, tem levado cada vez menos jovens a se interessar pela carreira. Dados do relatório de Políticas Eficientes para Professores, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apontam que, nos últimos 10 anos, caiu de 7,5% para 2,4% o interesse de estudantes de 15 anos pelo magistério no Brasil.

Nadando contra essa fase ruim da Educação, a professora Laura Coutinho encontra na sala de aula uma oportunidade. Em 2008, uma parceria com o governo federal permitiu que ela criasse um projeto de educação financeira nas escolas, com material didático disponibilizado gratuitamente na internet. Para ela, o projeto traz muito orgulho. “O que me deixa mais grata com a iniciativa é poder permitir que meus alunos tenham esperança, sonhem e melhorem a condição de vida de seus familiares”, comentou a professora, que coloca a ideia em prática no Ciep Ayrton Senna, na Rocinha, na Zona Sul, local em que dá aula de Português há mais de 20 anos.

Desde adolescente na profissão, ela não trocaria o magistério por nada e valoriza muito as chamadas “grandes conversas”, apelido que dá às aulas. “Todo aluno é capaz de aprender, mas quem vai possibilitar isso é o professor. Ele está ali mais para formar o indivíduo enquanto ser humano”, concluiu.
DNA de professor
Na família de Anna Lúcia Azevedo, o magistério é carreira de família. Desde cedo, ela conviveu com a rotina do pai, professor de Educação Física na UFRJ, e, quando entrou na faculdade e optou por virar professora na mesma área, não se arrependeu. “Fui aprendendo cada vez mais e
me apaixonando por ser professora. É muito mágico lidar com crianças e poder transformar alguma coisa na vida delas”, comentou a educadora que, agora, dá aulas de natação para o Clube Escolar Fundão, na Zona Norte do Rio.

Anna criou o filho, João Marcos, em um espaço que respirava educação física e, quando ele decidiu seguir os mesmo passos, o orgulho não coube no peito. “Eu acho que está no sangue da família a vida de professor e, para mim, é um orgulho meu filho ter escolhido a profissão”, afirmou, emocionada.

Atrizes encaram a vida de professora na televisão

Dia do Professor, o profissional da esperança
No sentido horário: as atrizes Lucy Ramos (alto à esquerda), Suely Franco, Quitéria Kelly e Gabriela Moreyra – Divulgação/TV Globo

Na ficção, grandes atrizes têm a responsabilidade de interpretar a vida de professora, e todas se preocupam com a desvalorização dos profissionais da educação. Para a atriz Lucy Ramos, a professora Sílvia de ‘A dona do pedaço’, a raiz das dificuldades dos professores está no “descaso com a educação pública, gratuita e de qualidade”.

Suely Franco, atriz que interpreta a professora Marlene, também em ‘A Dona do Pedaço’, critica a falta de estrutura nas escolas: “As crianças não têm merenda e os professores mal têm salário, nem para se sustentar”, afirmou.

Gabriela Moreyra, que leva para as telinhas a professora Francisca, em ‘Bom Sucesso’, presta uma homenagem aos professores: “Quero agradecer aos professores que acreditam que é na educação que o indivíduo encontra a liberdade”. “Essa é uma das profissões mais bonitas, mas sofre golpes dia após dia para conquistar respeito no mundo em que vivemos”, comentou Quitéria Kelly, atriz que vive a coordenadora de escola Neide, em ‘Malhação: Toda Forma de Amar’, novela da TV Globo.

Reportagem de Gabriel Sobreira e da estagiária Julia Noia