SÃO PAULO E BRASÍLIA, 9 OUT (ANSA) – Um relatório divulgado após uma investigação realizada pela Marinha e Petrobras afirmou que as manchas que têm poluído as praias do Brasil são uma mistura de óleos da Venezuela. A informação foi confirmada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que disse nesta quarta-feira (9) que o óleo que vazou e que atinge diversas praias no litoral do Nordeste vem “muito provavelmente” do país liderado por Nicolás Maduro. A declaração foi dada pelo ministro durante uma audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, citando o estudo realizado pela Petrobras.   

“Esse petróleo que está vindo, muito provavelmente da Venezuela, como disse o estudo da Petrobras, é um petróleo que veio por um navio estrangeiro, ao que tudo indica, navegando próximo à costa brasileira, com derramamento acidental ou não, e que nós estamos tendo enorme dificuldade de conter”, disse.   

Segundo o balanço mais recente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a mancha de óleo atingiu 138 localidades em 62 cidades de nove estados da Região Nordeste.   

O ministro ainda ressaltou que a dificuldade em solucionar o problema, uma vez que a origem do vazamento é indeterminada e desconhecida. Até a última segunda-feira (7), a Petrobras já havia recolhido 133 toneladas de resíduos. De acordo com o Ibama, o material oleoso é petróleo cru e, desde o dia 2 de setembro, se espalhou pelo litoral de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.   

Ontem (8), ao participar de uma audiência pública realizada pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que análises laboratoriais confirmaram que a substância não provém da produção da estatal brasileira.   

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as manchas de petróleo podem ter sido despejadas “criminosamente”, porque é “um volume que não está sendo constante”. “Se fosse de um navio que tivesse afundado estaria saindo ainda óleo. Parece que criminosamente algo foi despejado lá”, disse.   

Um inquérito foi aberto pela Polícia Federal (PF), na semana passada, para apurar a origem da substância. Além disso, Bolsonaro determinou, por meio de decreto, uma investigação sobre as causas e a responsabilidade sobre o derramamento do óleo. (ANSA – Com informações da Agência Brasil)