Tecnisa quer focar SP, em imóveis de 2 a 4 dormitórios, com pouca atuação no MCMV

Após terem problemas com parceiros, fornecedores e aumento no número de distratos em cidades fora da capital paulista, a estratégia da Tecnisa agora é focar principalmente na cidade de São Paulo, com pouca atuação no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), disse o CEO da empresa, Joseph Meyer Nigri.

“Estamos focando em São Paulo, em imóveis de dois a quatro dormitórios. Não estamos olhando muito o Minha Casa Minha Vida. Podemos até fazer alguma coisa na faixa 3, mas sem depender dos repasses do governo, como é mais o caso da faixa 1 e 2. O programa é bom, mas o subsídio é pesado nessas faixas. Por isso, certamente o governo deverá querer mudar as regras”, disse Nigri, em evento da Guide Investimentos.

Segundo ele, o mercado imobiliário está aquecido, com o consumidor confiante, bancos oferecendo crédito e taxas de juros baixas. “Após um período difícil nos últimos anos, com liquidez apertada no mercado imobiliário, temos visto uma recuperação que está sendo conduzida pelo alto e médio luxo”, afirmou o CEO, acrescentando que a concorrência no setor está acirrada, uma vez que “as empresas estão capitalizadas e temos visto uma briga por compra de terrenos”.

Sobre os estoques, que na cidade de São Paulo estão em 27 mil unidades, Nigri acredita em uma redução gradual diante da melhora do mercado e afirma que o número está em um “patamar saudável”. “Carregar estoque nunca é interessante, mas também não estamos em uma situação de que temos que vender mais rápido”, pontuou.

Além disso, Nigri reiterou o que ele disse mais cedo ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) de que os lançamentos ficarão estáveis neste ano, mas que no próximo ano a expectativa é alta. “Tivemos dois (lançamentos) no primeiro semestre e teremos apenas mais um neste segundo semestre. Já para o ano que vem, temos caixa e estrutura para realizarmos lançamentos no valor de R$ 1 bilhão”.

De olho na curva de juros para 2025, o CEO da Tecnisa acredita que o nível de 7% é positivo e que diante da inflação controlada, o setor só tem a ganhar. “Coisas ruins podem acontecer no meio do caminho, mas estamos confiantes de que o caminho a ser seguido está indo muito bem e não tem porque o Brasil dar errado”, enfatizou.