O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou, nesta quarta-feira (11), nos Estados Unidos, que os esforços internacionais para combater as mudanças climáticas são, na verdade, um complô para destruir a soberania nacional.
A menos de duas semanas de uma importante cúpula da ONU sobre o meio ambiente, Araújo atacou o que chamou de uma ideologia de “climatismo” durante visita a Washington.
“Pelo debate que está se dando, parece que o mundo está acabando, e esse é o verdadeiro objetivo do climatismo”, afirmou no Heritage Foundation, um ‘think tank’ conservador.
“Os portadores desta ideologia querem criar um equivalente moral à guerra a fim de impor políticas e restrições que correm contra liberdades fundamentais”, opinou o chanceler.
“Como pode alguém, em tempos de paz, sonhar em romper a soberania de um país como o Brasil sobre seu próprio território, dizendo ‘a Amazônia está pegando fogo, de novo’? Por causa da ideologia, por causa do grito primitivo da crise climática, ‘Vamos salvar o planeta'”, declarou.
Araújo aceitou que as mudanças climáticas estão acontecendo, mas lançou dúvidas sobre o consenso esmagador de cientistas de que a ação humana está causando o aumento de temperaturas, além de ter minimizado o impacto dos incêndios no Brasil, que, segundo ele, estão dentro do normal.
O presidente Jair Bolsonaro recebeu muitas críticas internacionais de que suas políticas pioraram a situação na Amazônia – a maior floresta tropical do mundo, vital para compensar as emissões de carbono responsáveis pelas mudanças do clima.
O presidente francês, Emmanuel Macron, lançou a ideia de dar um status internacional à Amazônia, e líderes europeus alertaram que o acordo comercial com o bloco do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) estava em risco.
Bolsonaro reagiu e disse que Macron tinha uma “mentalidade colonialista”.