Loira, 1,83 m, 59 quilos e 18 anos. No ano passado, ela faturou US$ 18,2 milhões. Os gemidos que emite enquanto rebate a bola alcançam 101,2 decibéis, o equivalente ao som de uma britadeira. De todos os números da tenista russa Maria Sharapova, o mais importante é também o mais singelo. Um. Na segunda-feira 22, a WTA (entidade que organiza o tênis feminino) divulgou seu novo ranking, e ela está no topo. Nascida em 19 de abril de 1987 na cidade de Nyagan, na gelada região da Sibéria, Sharapova despontou no ano passado ao vencer o tradicionalíssimo torneio de Wimbledon, disputado com uniformes brancos na grama inglesa. Antes disso, desconfiava-se que ela fosse uma nova Anna Kournikova, bela tenista russa que não teve um desempenho convincente nas quadras. Sharapova, ao contrário, bate um bolão também com a bolinha.

Depois do triunfo em Wimbledon, a primeira russa a liderar o ranking mundial feminino – criado em 1975 – virou uma estrela mundial, com direito a participação em listas famosas como a das 50 pessoas mais bonitas do planeta, da revista People, e se tornou a esportista mais bem paga do mundo no ano passado. No começo deste mês, a tenista lançou uma boneca baseada em suas formas, que deve chegar às lojas dos Estados Unidos até o final do ano. Musa dos adolescentes, a tenista também faturou com conteúdo para celulares. Seus gritos viraram campainha e há um game de tênis que leva o seu nome.

Sharapova mora no Estado americano da Flórida desde os nove anos, quando se mudou com o pai para treinar. Ela ficou dois anos longe da mãe, que nesse período juntou dinheiro e batalhou por um visto para poder se reunir à família. Com a dedicação ao tênis e a mudança de país, a tenista ficou defasada na escola e hoje cursa o segundo colegial via internet. Seu próximo compromisso será o Aberto dos Estados Unidos, entre os dias 29 de agosto e 11 de setembro, em Nova York. Pela primeira vez, a loirinha será a cabeça-de-chave número um. No torneio masculino, Ricardo Mello – o brasileiro melhor colocado no ranking mundial –, em 56º, estreará contra o argentino Juan Monaco, número 79. E Guga, o ex-número 1 que não vence há seis partidas e amarga o 352º lugar, será o adversário do americano Paul Goldstein, atualmente o 64º.