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ARTE E MERCADORIA
Realizada na feira Arco, em Madri, “Se Vende” está agora no estacionamento da Estação Pinacoteca

Carmela Gross – Corpo de ideias/ Estação Pinacoteca, SP/ de 5/9 a 11/11

Carmela Gross é uma artista que inaugurou sua atuação pressionando limites e colocando à prova os materiais e as linguagens que utilizou. No campo da gravura, começou trabalhando com o método tradicional da litografia, mas, paralelamente, investiu em novos meios de reprodução técnica, como carimbos, heliografia, gravura em offset, xerox e vídeo. Em pintura não foi diferente e inventou uma “pintura/objeto”.

A verve experimental de Carmela nasce junto com sua carreira, iniciada em exposição na Galeria Rex & Sons, em São Paulo, em 1967 (ler Roteiros na página ao lado). A partir do sábado 5, na Estação Pinacoteca, em São Paulo, um conjunto de 16 obras procura expor os caminhos conceituais que regem o trabalho da artista paulistana.

A seleção inclui obras realizadas entre 1965 e 2010. Há desde “Nuvens” (1965) – imagens esquemáticas em madeira que aludem a histórias em quadrinhos e testam os limites entre o desenho, a escultura e o objeto – até a instalação “Iluminuras – 2010”, que consiste na colocação de luzes de emergência (giroflex) na fachada do edifício localizado no bairro da Luz. Como diversas obras anteriores realizadas com néon e lâmpadas fluorescentes – “Hotel”, (2002), “Eu Sou Dolores” (2002), “Aurora” (2003), “Luzia” (2004), “Carne” (2006) e “Se Vende” (2008) –, “Iluminuras – 2010” é um “site-specific”, que reflete diretamente sobre o contexto em que está instalada. No caso, as imediações das avenidas Duque de Caxias e Ipiranga, região conhecida como Cracolândia. À luz da obra de Carmela, ganha novos matizes a discussão em torno de um bairro submetido recentemente a dura intervenção policial para desativação de um circuito de venda e consumo de crack.

Carmela Gross - Corpo de ideias