Uma injeçãozinha aqui, uma dose de gás carbônico ali e um creminho com poderes instantâneos à mão e pronto! Desaparecem as rugas, modelam-se os músculos, acaba-se a flacidez e rosto e corpo voltam anos no tempo. Essa é a promessa de três novos tratamentos que oferecem resultado imediato, concebidos para contemplar o desejo de quem deseja sair de casa ou do consultório médico com a aparência renovada num piscar de olhos, como num passe de mágica. Por isso, estão se tornando atrações cada vez mais procuradas.

A primeira é a bioplastia, procedimento capaz
de criar formas e ângulos na silhueta a partir da aplicação de um produto (o polimetilmetacrilato) na musculatura. A técnica, que virou febre por aqui, corrige pequenos defeitos estéticos, como a forma do nariz e o volume dos lábios, e serve até mesmo para tornear coxas, braços e modelar bumbuns. “Os resultados são imediatos”, diz o cirurgião plástico gaúcho Almir Mojeen Nácul, responsável por mais de cinco mil aplicações do gênero no País.

O ator Felipe Camargo submeteu-se à técnica para atenuar uma cicatriz facial. “O efeito de fato aparece na hora”, conta. No entanto, há dúvidas quanto à eficácia do método a longo prazo. A possibilidade de o produto se deslocar é a que mais atormenta. Situação que o cirurgião Nácul descarta. “O organismo fixa o produto”, garante. Mesmo assim há quem prefira uma maneira menos arriscada de modelar as formas. O cirurgião plástico Pérsio Freitas, de São Paulo, por exemplo, usa a gordura do próprio paciente nos preenchimentos. “Isso evita riscos futuros”, defende.

Carbono – A outra opção de beleza expressa é a carboxiterapia, terapia à
base de gás carbônico. Isso mesmo. Segundo o médico Tércio de Castro
Rocha Jr., do Rio de Janeiro, quando injetado sob a pele, o CO2 provoca uma vasodilatação e os fibroblastos (células do tecido conjuntivo) produzem novas fibras que sustentam e dão elasticidade à cútis. “A pele fica esticada e as rugas desaparecem”, diz. Sua cliente, a carioca Christiane Appel, faz o tratamento nas pálpebras inferiores há um mês e se diz satisfeita. “Melhorou bastante”, afirma. A técnica, entretanto, encontra resistência. O dermatologista carioca Walter Guerra Peixe, por exemplo, testou e não aprovou. “Usei um ano e não considerei os resultados satisfatórios”, conta. Também do Rio, a dermatologista Paula Bellotti diz que aguarda mais informações. “Não há estudos científicos comprovando eficácia e segurança”, afirma. Para Rocha, pesquisas como a realizada na Universidade Clemont-Ferrand, na França, são boas garantias. “Foram estudados 30 mil casos e não há registro de complicações”, assegura.

Por ser um simples creme, o Icesource – a outra sensação em matéria de efeito rápido – não desperta polêmica. O produto é fabricado pelas empresas Skin Image Analyser e Thermagen, da França. Seu resultado é semelhante ao de um lifting (cirurgia plástica que retesa a pele, deixando-a remoçada). Mas o interessante é que promete esse presente do momento da aplicação até dez horas depois. Isso é obtido, segundo os produtores, por meio do uso de uma tecnologia que promove a redução da temperatura da pele de 22 graus para dois graus em dois minutos. “Isso causa um leve esticamento da pele”, explica o dermatologista Otávio Macedo, de São Paulo, um dos pioneiros no uso.

O produto deve ser indicado pelo médico (ele também pode apontar distribuidores de confiança, já que o Icesource não é vendido em lojas). Um pote contém 22ml de creme e custa 180 euros (cerca de R$ 550). Os melhores resultados são na face e no pescoço. “Embora trabalhe com o controle da temperatura, não é congelamento”, explica Macedo. Ou seja, ninguém fica com músculos paralisados e sem expressão, como se tivesse saído do freezer. Mas pode exibir um rostinho mais jovem por longas dez horas, no melhor estilo Cinderela.