Está em curso uma revolução que, até 2020, promete modificar os hábitos modernos. Ela acontece nos principais centros de pesquisa, onde os cientistas se dedicam a projetos de tirar o fôlego. Um dos mais ousados foi anunciado na semana passada. A Nasa, a agência espacial americana, vai pagar US$ 150 mil para quem desenvolver o primeiro carro voador do planeta. O modelo deverá levar seis pessoas e voar acima de 200 quilômetros por hora, com autonomia para 200 quilômetros. Para quem acha um delírio, vale lembrar que até há pouco tempo, a venda de pacotes turísticos ao espaço era algo restrito aos filmes.

Parede com ouvidos – A ficção está virando realidade. Isso porque as tecnologias estão se fundindo. Segundo o especialista em telecomunicações Ethevaldo Siqueira, à medida que os circuitos eletrônicos se miniaturizam e os computadores ganham memória, uma série de avanços entra na linha de produção. “O (tocador de músicas) iPod já é celular”, diz Siqueira. “E isso estava previsto para 2007.”

As transformações ocorrem numa velocidade espantosa e no aconchego do lar elas são mais sensíveis. Boa parte das mudanças foi idealizada no passado. Embora melhore a qualidade de vida, o progresso tem seu lado perverso. O mundo ficou mais poluído após os carros e mais barulhento depois do telefone, da tevê e do aparelho de som. “Cada invenção exige o seu remédio”, diz Jean Paul Jacob, cientista da IBM em Almaden, nos EUA. É por isso que o futuro fascina, mas assusta.

Em 1939, um levantamento feito pelo instituto de pesquisa Gallup revelou que 13% dos americanos nunca comprariam as engenhocas futuristas anunciadas na ocasião. Eles temiam que as máquinas tirassem seus empregos. Essa preocupação ainda existe, mas há outras. Alguns estudiosos afirmam que, no futuro, as residências serão tão modernas que deixarão os humanos mais solitários. Exageros à parte, daqui a 20 anos, ficar em casa vai ser um programão. Os projetistas só esqueceram de planejar um estacionamento para guardar o carro, que, em pouco tempo, virá pelos ares.