Entra para a história do lado B da Receita Federal – B de bisbilhotice – o dia 8 de outubro de 2009: na delegacia da RF da cidade paulista de Mauá, uma funcionária entrou com a senha, a outra com o computador e ambas acessaram criminosamente os dados fi scais sigilosos do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira. Na quarta-feira 25, veio a público que ele não foi o único alvo: foram também bisbilhotados o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, o ex-diretor do BB Ricardo Sérgio de Oliveira (os dois na gestão FHC) e Gregório Marin Preciado (marido de uma prima de José Serra). Mais: os dados da família de Samuel Klein (fundador da Casas Bahia) e da apresentadora Ana Maria Braga também podem ter sido acessados de forma imotivada (criminosa). Com o País às vésperas das eleições, é inevitável o uso político de tais fatos. O que está em jogo, porém, transcende interesses partidários: a credibilidade da RF foi quebrada e só será restaurada com a punição dos culpados.