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Domingo 3 de agosto, no GP da Hungria, Felipe Massa esteve a três voltas de fazer história na Fórmula 1 ao protagonizar uma corrida espetacular, que iria lhe garantir a liderança do campeonato. Mas a quebra do motor da Ferrari impediu o feito. Essa é a quinta vez, em 11 corridas na temporada 2008, que problemas no carro da equipe italiana atrapalham o desempenho do brasileiro e impedem que ele acumule pontos no Mundial de Pilotos. Se tivesse vencido no circuito de Hungaroring, ele ficaria em primeiro lugar no ranking, com três pontos de vantagem. Agora está em terceiro, a oito pontos do líder, faltando sete corridas para o final.

Logo após a prova, as reações foram imediatas: estaria a Ferrari boicotando Massa? É sabido que o brasileiro foi uma escolha pessoal do francês Jean Todt, dirigente que comandou a escuderia por 15 anos e saiu no fim da temporada 2007. Foi o então todo-poderoso da Ferrari que vislumbrou no garoto brasileiro de 19 anos um talento, e o levou para a Sauber, a fim de que ele iniciasse sua trajetória na Fórmula 1. Os laços de Massa e Todt são ainda mais reforçados porque o filho dele, Nicolas, é empresário do brasileiro. Com a saída do francês, seu substituto na Ferrari, Stefano Domenicali, poderia não ser tão simpático ao brasileiro.

Fato é que após um início de campeonato desastroso, aumentaram, no início do ano, os rumores da saída do brasileiro da escuderia, acompanhados de pesadas críticas da imprensa italiana. Antes disso, no evento de apresentação da Ferrari F-2008, Piero Lardi Ferrari, vice-presidente da escuderia, deu franco favoritismo a Kimi Raikkonen e nem sequer mencionou Felipe Massa. O finlandês chegou à equipe em 2007 na vaga do sete vezes campeão Michael Schumacher, com salário três vezes maior do que o do brasileiro e com status de número 1. Foi campeão no ano passado, mas a performance neste ano não tem feito jus ao tratamento dispensado. Em contrapartida, o relegado Massa começou a virar o jogo na pista, superando o companheiro de equipe seguidamente e mostrando ser, além de veloz e corajoso, um hábil acertador de carros. “Ele vem progredindo muito, está cada vez mais maduro e consciente. Já posso dizer que ele é excelente”, diz Cláudio Carsughi, da rádio Jovem Pan.

A Ferrari garante que não há preferência entre um ou outro. “Realmente, no momento, não há, mas, se Massa tivesse ganhado na Hungria, teria se tornado o número 1”, diz Livio Oricchio, de O Estado de São Paulo. A equipe faz sua escolha na temporada sobre aquele que está na frente quando o campeonato completa dois terços. No momento, alguns fatores favorecem Massa, apesar das seguidas falhas de sua equipe. Todos relacionados à sua própria capacidade. É sabido, por exemplo, que ele costuma crescer na adversidade. Não se abate com críticas e reveses. Tanto que engoliu em seco a pressão nos dois primeiros GPs e ressurgiu no mais alto do pódio, no GP do Bahrein. “Ele tem grande capacidade de reação e sabe jogar o jogo como ninguém”, diz Lito Cavalcante, da Sportv.

Aos poucos, a escuderia se curva ao talento do brasileiro. Perguntaram a Stefano Domenicali o que a Ferrari tem a dizer de um piloto que não é campeão do mundo, mas pilota como um, e de um campeão do mundo que não pilota como tal. O diretor esportivo riu e consentiu: “Foi o maior trabalho de Massa na Fórmula 1 até agora. Agressivo e preciso quando tinha de ser e capaz de administrar o ritmo”, afirmou. Resta saber se sua equipe, de agora em diante, ajudará o brasileiro a recuperar os pontos perdidos por sua causa.

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Aos poucos, a escuderia se curva ao talento do brasileiro. Perguntaram a Stefano Domenicali o que a Ferrari tem a dizer de um piloto que não é campeão do mundo, mas pilota como um, e de um campeão do mundo que não pilota como tal. O diretor esportivo riu e consentiu: “Foi o maior trabalho de Massa na Fórmula 1 até agora. Agressivo e preciso quando tinha de ser e capaz de administrar o ritmo”, afirmou. Resta saber se sua equipe, de agora em diante, ajudará o brasileiro a recuperar os pontos perdidos por sua causa.

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