A semana

Brasil confidencial
por Octávio Costa Colaboraram: Alan Rodrigues, Hugo Marques e Rudolfo Lago

 

 

Missão na Suíça
Protógenes Queiroz está na geladeira, mas ainda não perdeu uma função que causa inveja aos seus colegas. Desde 2005, é o representante da PF no comitê da Fifa de combate à corrupção no futebol. O cargo lhe rendeu dez viagens a Zurique, na Suíça.

 

De volta para o futuro
O PMDB mineiro está articulando uma chapa majoritária de peso para concorrer às eleições de 2010. Na cabeça, o partido irá lançar o ministro Hélio Costa, abrirá a vice ao PT e lançará ao senado o ex-presidente Itamar Franco (PMDB).

Contra a maré
A direção do BNDES recebeu em festa o relatório do BC sobre as operações de crédito no País. Os desembolsos do banco estatal somaram R$ 70,2 bilhões de janeiro a outubro, com elevação de 40,8% sobre igual período de 2007.

Devagar, devagarinho
A ação da OAB-RJ que requer a declaração de ilegalidade do último concurso para juiz substituto do Rio completa três meses sem que o relator no STF, Eros Grau, tenha avançado muito. A ação se baseia em denúncias de fraude de candidatos. Alguns, parentes de membros do TJ do Rio.

Consenso difícil
Relator do projeto Floresta Zero, o deputado Jorge Khoury (DEM-BA) diz que a matéria só vai ser votada quando houver consenso na Comissão de Meio Ambiente. "Não é questão para ser decidida no voto."

O Haiti é aqui
O Comando do Exército comprou 37 veículos Land Rover por R$ 5,1 milhões, segundo pesquisa da ONG Contas Abertas, no Orçamento do governo. O Centro de Comunicação da corporação esclarece que os veículos serão enviados para o Haiti, para serem utilizados pelas tropas brasileiras da Força de Paz da ONU. As viaturas usadas naquele país, diz o Exército, "têm desgaste elevado e acima da média, em razão de intensa utilização em operações diárias". É uma boa explicação. Mas melhor seria se o Exército usasse os jipes Land Rover em suas missões em território nacional.

Barreira histórica
Pela primeira vez desde que foi criado pela Associação Comercial de São Paulo, o "impostômetro", que mede quanto o brasileiro paga de tributos, vai chegar à casa de R$ 1 trilhão. Prevê-se que o índice atingirá a barreira histórica no dia 15 de dezembro. Na terça-feira 25, o impostômetro já registrava que, desde o primeiro dia do ano, pagaram-se de impostos R$ 927,3 bilhões.

Afinidades eletivas
O MP do DF abriu procedimento para apurar o uso indevido da marca BRB, do Banco de Brasília. Na mira do MP está a empresa Afinidade Consultoria e Benefícios, que comercializa planos de saúde com a marca do banco, sem licitação. A representação é do advogado Daniel Andrade de Souza, que vê "relação promíscua entre o BRB e a Afinidade".

TOMA-LÁ-DÁ-CÁ

PAULO PIAU (PMDB-MG), do Conselho de Ética da Câmara
ISTOÉ – Por que o sr. pediu a cassação de Paulinho da Força Sindical?
PIAU – Há evidência de que Paulinho é parte integrante do esquema investigado na Operação Santa Tereza, da PF.
ISTOÉ – Ele é o cabeça da organização?
PIAU – Ele é figura proeminente nisso aí sim. Esse grupo agia recebendo percentual para liberar dinheiro do BNDES.
ISTOÉ – Há cheiro de pizza na Câmara?
PIAU – Se a votação fosse ontem, naquele calor de defesa corporativista, o risco de perder era grande. Mas acho que a Casa vai aprovar.

RÁPIDAS
* Brasília vai sediar, nos dias 3, 4 e 5 de dezembro, o Congresso Internacional de Gestão de Políticas Regionais no Mercosul e na União Européia. Serão trocadas experiências de ações de incentivo para artesãos e pequenos produtores nos dois continentes.

* Ao abrir ação penal contra o ministro do STJ Paulo Medina, suspeito de integrar um esquema de venda de sentenças, o STF calou a boca do Legislativo. Muita gente na Câmara e no Senado apostava que iria prevalecer o espírito de corpo.

* Agravou-se a situação do procurador aposentado Albino Santarossa, de Gramado. Perseguido após denunciar autoridades do município gaúcho, agora viu os vencimentos penhorados. "Terei de recorrer a Jesus Cristo", diz ele.

* Na noite da quinta-feira 27, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) negou rumores de que será candidato à presidência do Senado. "Esse pessoal quer me queimar. Gosto do Tião Viana. É um bom nome", disse o senador.

RETRATO FALADO

O Senado foi tomado por atores e atrizes na terça-feira 25. Liderados pelo ator Odilon Wagner, presidente da Associação de Produtores Independentes de Teatro, eles foram acompanhar a votação do projeto da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), que limita a meia entrada para estudantes e idosos a 40% do total de ingressos disponíveis em cada evento. No restaurante do Senado, Odilon, Cristiane Torloni e Beatriz Segall, entre outros, comemoraram a aprovação.

Ponte para Chicago
Desde que Barack Obama foi eleito, o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, mantém-se em contato com assessores do futuro presidente dos EUA. O tema das conversas é guardado a sete chaves. Mas já se sabe que Unger, que foi professor de Obama em Harvard, vai passar o fim de ano em Boston e encontrar-se com seu ex-aluno em Chicago.

Luiza pede mais ação
Chamou a atenção a empresária Luiza Trajano, do Magazine Luiza, na reunião do Conselho Estratégico Superior da Fiesp. No meio de pesos pesados, como Roger Agnelli, da Vale, e Nilton Zurita, da Nestlé, dona Luiza, preocupada com as vendas, disse que o governo deve passar das palavras aos atos.

Tião Viana faz a festa
O senador Tião Viana, do PT do Acre, comemorou o que considera ser seu maior passo na campanha rumo à presidência do Senado. Em reunião dos caciques do PMDB, em que estavam Michel Temer, Renan Calheiros, Roseana Sarney, Romero Jucá, José Sarney e o ministro Edison Lobão, o partido decidiu apoiar o nome de Tião. "Agora, posso dizer com mais tranqüilidade que houve aproximação grande com o PMDB, o que facilita o entendimento para uma candidatura única do bloco governista", diz. "O meu papel é fortalecer a coalizão no Senado. Era preciso buscar o entendimento." Tião já tem agenda: "Nosso compromisso é com as grandes reformas."

Ligações perigosas
O empresário Adolfo Geo Filho foi preso pela PF na Operação Vulcano, por suspeita de envolvimento com a quadrilha que faz importação fraudulenta da Bolívia. Geo já era investigado por saques de R$ 102 milhões no Banco Rural, em BH, com o mesmo gerente que atendia Marcos Valério.

Rota alternativa
A lei que permite o abate de aviões clandestinos reduziu o tráfico de drogas pelo ar na Amazônia. Mas o tráfico por terra e pelos rios cresceu muito. O Comando Militar da Amazônia e a PF mapeiam os pontos e pedem aumento do efetivo na região.