O presidente George W. Bush não perde quieto. Na segunda-feira 18, uma representação apresentada pela Casa Branca, em Genebra, contestou a decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC), que deu vitória ao Brasil na briga que os dois países mantêm sobre subsídios ao algodão. Foi uma jogada política de última hora que acabou adiando para depois das eleições presidenciais americanas a condenação final do regime de subsídios à produção e exportação de algodão dos Estados Unidos. De 1999 a 2002, os EUA repassaram US$ 12,9 bilhões em subsídios aos produtores. Pelas regras, os incentivos não poderiam ultrapassar os US$ 2 bilhões por ano.

Analistas avaliam que, caso a medida da OMC fosse cumprida pelo governo americano, a renda dos produtores sofreria uma queda razoável, o que poderia influenciar o apoio deles, leia-se votos, na atual administração. Com a intervenção, Bush, teoricamente, garantiu os votos e adiou a definição sobre o caso para 2005. O Itamaraty já esperava pela reação americana e preparou um contra-recurso pedindo novas avaliações nos pontos em que a vitória brasileira não foi completa.


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