Pesquisa divulgada na semana passada nos EUA indicou que as pílulas anticoncepcionais podem ser mais seguras do que se imaginava. De acordo com o trabalho, coordenado por pesquisadores da Universidade de Wayne, o medicamento diminui o risco de doenças cardiovasculares e não aumenta as chances de ocorrência de câncer de mama. Estudos anteriores, no entanto, apontavam na direção contrária.

A pesquisa é uma das maiores já feitas para a investigação dos efeitos dos contraceptivos orais – foram avaliadas 162 mil mulheres. As 67 mil que fizeram uso de pílula por pelo menos um ano apresentaram menor risco para infartos e derrames do que as não usuárias do remédio. O benefício estaria associado ao papel protetor do estradiol (substância presente no remédio semelhante ao hormônio estrógeno). E também não foram observados efeitos na elevação de risco para tumor de mama. Porém, apesar da magnitude do trabalho, os médicos continuam cautelosos em relação à indicação do anticoncepcional. “É um estudo importante, que aponta mais um fator positivo para a pílula. Mas é preciso investigar mais”, afirma o médico Luiz Fernando Dale, do Rio de Janeiro. O contraceptivo é contra-indicado a mulheres com propensão à formação de coágulos, que já sofreram de câncer de mama, fumantes ou que apresentam doenças hepáticas.