Lançado em 1995, o livro de estréia do multitalentoso Jô Soares parte do encontro, no Rio de Janeiro, do fictício detetive inglês Sherlock Holmes com a célebre atriz francesa Sarah Bernhardt. Levado às telas por Miguel Faria Jr.,
em uma produção que consumiu nada menos que R$ 10 milhões, O xangô de Baker Street (2001) traz dois renomados atores portugueses nesses papéis, Joaquim de Almeida e Maria de Medeiros, escolhidos por serem fluentes nos idiomas dos personagens. A história decola quando o detetive, já habituado aos costumes locais namorando mulatas, bebericando caipirinha e enchendo o cachimbo de ervas suspeitas, é encarregado de encontrar um violino Stradivarius, presente do imperador dom Pedro II (Cláudio Marzo) à sua amante, baronesa Maria Luísa (Cláudia Abreu).

Cheio de referências históricas, pinçadas por Jô, como as festas frequentadas pelo poeta Olavo Bilac (Marcelo Escorel), pela maestrina Chiquinha Gonzaga (Maria Gallí) e pelo abolicionista José do Patrocínio (Maurício Gonçalves), o filme tem como ponto alto o cuidado dado à ambientação e aos figurinos. O Rio Antigo foi recriado na cidade do Porto, em Portugal. Nos camarins, 870 roupas completas, além de 30 perucas importadas, vestiram os atores. As trapalhadas do delegado local, Mello Pimenta (Marco Nanini), e do auxiliar do detetive, dr. Watson (Anthony O’Donnell), são garantia de boas risadas.


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