Às vésperas do réveillon de 2001, no dia 29 de dezembro, o Brasil perdia Cássia Eller aos 39 anos. A cantora chegara à Casa de Saúde Santa Maria, no bairro carioca de Laranjeiras, sentindo-se mal e apresentando um quadro geral de muita agitação. Estava acompanhada pela baterista Elaine Silva Moreira, a Lan Lan, que teria avisado aos médicos que Cássia bebera e consumira cocaína. A cantora não foi, no entanto, submetida a exames toxicológicos nem à lavagem estomacal. O seu enjôo de estômago foi tratado com metoclopramida (nome comercial, Plasil). Pouco depois, Cássia Eller sofria uma parada cardíaca. Seguiram-se outras três até a falência total do coração. O diagnóstico do hospital foi overdose. O Ministério Público investigou o caso e a conclusão das peritas Eliani Spinelli e Tânia Donati veio a público na segunda-feira 25: Cássia teria morrido por erro médico e a administração de Plasil teria ajudado a provocar a falência de seu coração. Para o cardiologista Raimundo Marques do Nascimento, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o remédio não leva à parada cardíaca, “o que pode levar é a cocaína e o álcool”. Segundo o advogado Marco Antônio Campuzano, se o processo virar ação criminal, a família da roqueira vai processar a Casa de Saúde por danos morais e materiais.