Ele nasceu numa família operária e fugiu da escola, depois se rendeu a um curso técnico e formou-se eletricista. A sua primeira prisão foi em 1970 num confronto entre trabalhadores e tropas do governo, e a partir daí ele passou a organizar greves e sindicatos independentes. Eram os anos 80, era a época da Polônia engessada pelo comunismo, mas era também a época em que ganhou corpo esse líder sindical que se tornaria internacionalmente conhecido como o homem que derrubou justamente o comunismo em seu país. Nos quatro cantos do mundo livre circulavam adesivos com a palavra Solidariedade, porque esse era o nome do Comitê Nacional que ele fundou. A ferocidade stalinista tentou devorá-lo, mas o cidadão Lech Walesa já era um fenômeno irreversível. Reuniu-se com o papa, foi preso, foi libertado, ganhou o Nobel da Paz, recebeu títulos honorários das universidades de Harvard e de Paris. Em 1990, com 75% dos votos, foi eleito presidente da República da Polônia. Saiu do cargo em 1995 e desde então só amargou derrotas: ao tentar a reeleição em 1999, ele obteve míseros 2% dos votos. Hoje preside a inexpressiva Fundação Institucional Lech Walesa. E não usa mais o seu famoso bigode.