Melhoram no Brasil a cada dia: a música popular brasileira e a atriz Adriana Garambone. Quando elas se casam, aí melhora um gênero de espetáculo que também é muitíssimo brasileiro: o teatro musical. O seu talento é imantado: Garambone atrai musicais que atraem Garambone. Ela já protagonizou em São Paulo com estrondoso sucesso 18 mil minutos do musical Chicago (à esq.), uma das mais caras produções do País, ao redor de R$ 2,1 milhões (em cartaz até dezembro). Desembarcou em Chicago porque brilhou no musical Cole Porter, ele nunca disse que me amava. E desembarcou em Cole Porter porque roubou a cena em Theatro Musical Brazileiro – dá um banho de garganta quando interpreta Herivelto Martins, dá um banho de profissionalismo quando desce as escadarias do cenário, salto sete, dançando, sem olhar para os degraus (à dir.. “Mesmo quando a peça é só texto, eu crio dentro da minha emoção um universo musical”, disse Garambone a ISTOÉ. Em Chicago ela interpreta a homicida Roxie Hart, uma mulher que teatraliza cada momento da sua vida sonhando em se tornar atriz.

A personagem realiza os seus planos. E quais são os planos da atriz? ISTOÉ os antecipa: há um convite do diretor Sérgio Matta para que ela vá a Miami fazer um musical que será filmado em película para ser veiculado num canal de tevê nos EUA. Há um convite de Flávio Marinho (o excelente diretor de Theatro Musical Brazileiro) para que ela interprete a Dulcinea del Toboso de Dom Quixote. É só trabalho? “O trabalho está em primeiro lugar. A minha vida é atuar e estudar para atuar cada vez melhor. Eu nem acho a vida real tão interessante quanto a ficção porque o lugar em que mais vivo o presente é o palco”, diz Garambone. Fica séria e solta a frase no ar, como quem olha para as tantas humanidades que cria dentro de si: “O palco é a minha melhor terapia” (e ela fez cinco anos de análise lacaniana). Agora ri, e acrescenta como quem olha com delicadeza a humanidade que a cerca: “Muita gente se deprime nas noites de domingo. Eu não. Nas noites de domingo eu faço teatro!” Garambone leva “muito a sério a profissão”, sem se levar a sério. Sinal de vida inteligente. E coleciona boas histórias que vêm desde a adolescência quando viveu no Marrocos e o presidente da Federação Marroquina de Futebol a pediu em casamento em troca de 150 camelos. Falando em camelos e voltando a falar de seus projetos após Chicago, ISTOÉ também antecipa que tem novela à vista. E é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que Garambone não voltar à televisão. Adriana Roxie Garambone Hart não é para amadores, não. Aguardem o próximo capítulo. Ela no palco, tudo o mais é platéia.